1. Porque é que a palavra carrossel se escreve com dois S?
Porque provém da palavra francesa carrousel, que se escreve com s.
2. Porque é que açoriano se escreve com i, se Açores se escreve com e?
Porque à palavra açor (que designa uma ave) se associou o sufixo –iano, que entra na formação de nomes de naturalidade como canadiano, cabo-verdiano, iraquiano, entre outros.
3. Porque é que a palavra café tem acento gráfico e cafezinho não tem?
Porque ao associarmos qualquer sufixo a uma palavra, o acento tónico passa a recair na primeira sílaba do sufixo (cafezinho), logo, o acento gráfico deixa de fazer sentido, apesar de a vogal continuar aberta.
4. Porque é que a forma verbal pudesses se escreve com U?
Porque essa forma verbal corresponde à 1.ª ou 3.ª pessoa do pretérito imperfeito do conjuntivo do verbo poder e escreve-se com «u» na primeira sílaba. Há certas formas verbais do verbo poder que se escrevem com «o» e outras que se escrevem com «u». Escrevemos com «o», sempre que pronunciamos a vogal «e» da segunda sílaba como [ê]: poder, poderes, podermos, poderem. Escrevemos com «u», sempre que pronunciamos essa vogal como [é]: puder, puderes, pudermos, puderem, pudesse, pudesses, pudéssemos, pudessem.
5. Porque é que um sinal gráfico se designa caráter e não caracter?
Porque a palavra caráter, com origem no grego kharákter (sinal distintivo), além de designar o temperamento de uma pessoa, refere também o sinal ou símbolo usado na escrita. A outra forma não está atestada na língua.
6. Porque é que o verbo relativo a circuncisão não é circuncisar?
Porque são palavras com origens diferentes: o nome circuncisão provém do latim circuncisionis e o verbo correspondente é circuncidar, o qual tem origem em circumcidere (cortar ao redor).
7. Porque é que não devemos dizer “melhor classificado”?
Porque o advérbio bem tem duas formas para os seus graus comparativo e superlativo: uma forma regular – mais bem – e outra, irregular – melhor. Sempre que modifica um verbo, usa-se a forma irregular melhor: Comemos bem hoje, mas ontem comemos melhor.
Sempre que modifica um adjetivo, usa-se a forma regular analítica mais bem: “A equipa A ficou mais bem classificada do que a equipa B”.
8. Porque é que a palavra cessão não está relacionada com o verbo cessar?
Porque o nome cessão designa o ato de ceder, dar, conceder alguma coisa a alguém; é sinónimo de transferência, cedência. Por exemplo: “O testamento descrevia a cessão de vários terrenos aos herdeiros”.
O nome cessação, esse sim, designa o ato de cessar, terminar, suspender alguma coisa, por exemplo: “A cessação do seu contrato de trabalho fê-lo emigrar”.
9. Porque é que devemos escrever “empresa sediada” e não “sedeada”?
Porque a palavra sediada provém do verbo sediar, que significa “estabelecer sede num determinado lugar”. Este verbo é formado a partir do nome sede + o sufixo –iar, presente em verbos como chefiar, presenciar, premiar.
A palavra sedeada, por sua vez, tem origem no verbo sedear, que significa “limpar objetos de ourivesaria com uma escova de sedas”. Tem na sua base o nome seda + o sufixo –ear, presente em verbos como cabecear, folhear, nortear. Ao contrário do primeiro sufixo, o sufixo –ear incorpora um valor de movimento. Por exemplo: “A minha aliança nunca foi sedeada.”
10. Porque é que o verbo descriminar não é sinónimo de detalhar?
Porque apesar de haver uma semelhança entre as sílabas iniciais, esses verbos não estão semanticamente relacionados. O verbo descriminar significa “absolver de um crime imputado, livrar de culpa ou acusação”, por exemplo: “O juiz descriminou o réu depois de várias audiências”. O verbo discriminar, esse sim, é sinónimo de detalhar e significa “separar, diferenciar, distinguir”: fatura discriminada, por exemplo.