O planeta e a questão ambiental não estão na ordem do dia, fazem parte do nosso quotidiano já. Percebem os líderes políticos, religiosos e sociais e também a Moda, como parte desta sociedade, não pode passar ao lado do impacto que a sua indústria causa no meio ambiente. A sociedade como um todo, nos seus vários aspetos tem de garantir que a continuidade do desenvolvimento aconteça sem minimizar ou esgotar os recursos do planeta. Hoje em dia, um projecto, uma ação ou uma empresa tem de abranger os pilares principais da sustentabilidade, sendo economicamente viável, socialmente justo, ecologicamente correto e culturalmente diversificado. Mesmo na Moda!
Na Moda pensamos nos materiais, por exemplo, no menor impacto para a natureza na sua obtenção, produção e confeção. E, mais ainda, na sua confeção onde muitas vezes encontramos casos socialmente injustos.
O caso muito falado do Denim, jeans ou ganga, é exemplo da pegada que o material deixa no meio-ambiente. Por diversos motivos, seja pela sua obtenção e produção pelas tintas utilizadas e pelas lavagens constante que consomem muitos litros de água, até pelos elementos que largam quando os jeans são lavados em nossa casa.
Porém, as marcas de Moda começam a despertar para esta e outras questões da sustentabilidade, colocando-a nos seus planos de presente e futuro para garantir uma continuidade efetiva.
Vejamos o caso da Pepe Jeans: apresentou a coleção Wiser Wash inserida no âmbito do TRU-BLU, o programa de inovação responsável, através do qual a marca londrina pretende revolucionar a forma como vestimos, entendemos e criamos a ganga hoje, para que as futuras gerações, um dia, façam o mesmo.
Através da aplicação de um método ecologicamente correto de lavar denim, o Wiser Wash elimina o uso de pedras-pomes e produtos químicos tóxicos envolvidos na lavagem tradicional. Desta forma, este processo permite manter os detalhes clássicos da ganga ao mesmo tempo que elimina a utilização de produtos químicos corrosivos e nos permite reduzir o consumo de energia e de água. Nem sempre tudo é rápido como desejamos, mas, nos próximos cinco anos, espera-se que o Wiser Wash comece a ser o processo-padrão da indústria, tal é sua capacidade de reduzir o desperdício de água – 99 por cento.
Também a GUESS afirma a sua preocupação na coleção Eco Denim, com o objetivo de garantir que 25% da sua seleção total de jeans seja eco até 2021. Esta linha exclusiva utiliza fibras inovadoras como o LENZING ™ e ECOVERO ™. Estes são fabricados a partir de fontes de madeira renováveis certificadas e passam por um processo de produção ecologicamente responsável que gera até 50% menos emissões de gases de efeito estufa e uso de água em comparação com a viscose genérica. TENCEL ™, a principal marca de fibras têxteis da Lenzing, garante um tecido super macio e com regulação térmica. Também são utilizadas fibras de algodão orgânico e reciclado que apresentam menores impactos ambientais, como uso reduzido de água e fertilizantes.
No caso do Grupo H&M, os seus principais objetivos para um futuro da moda mais sustentável são, até 2020, usar 100% algodão sustentável. Para 2030, o objetivo é usar 100% de materiais reciclados ou de outras fontes sustentáveis. E, até 2040, ter uma cadeia de valor positiva.
Nas lojas H&M, vamos encontrar muitas peças com a etiqueta Conscious. Alguns dos materiais utilizados incluem o algodão orgânico, poliéster reciclado, lã reciclada, Lyoncel, entre outros.
Por outro lado, em 2019, a H&M foi a primeira empresa de moda a escalar a transparência de produto, com a sua iniciativa de transparência no site. Para cada peça, a H&M partilha detalhes como o país de produção, nomes dos fornecedores, nomes e moradas das fábricas, assim como o número de trabalhadores em cada fábrica. Por outro lado, os clientes podem também saber mais sobre os materiais usados para a produção de cada peça. Ao partilhar detalhes extensos sobre onde as suas peças são feitas, a H&M permite que os clientes façam escolhas mais informadas quando compram.
Um conceito e uma postura concreta de sustentabilidade passa também por optar pelo que chama hoje em dia “slow fashion” em contraposição à “fast fashion” que “reinou” até ao momento, onde os consumidores eram levados a comprar “rapidamente” sem pensarem nessas compras e consequentes efeitos. A “slow fashion” apela ao contrário, peças mais consistentes, compra consciente e uma preocupação da pegada que se deixa na natureza.