O que é?
O sarampo é uma infecção provocada por um vírus, que se transmite unicamente entre humanos. É uma doença altamente contagiosa, motivo pelo qual é fácil surgirem surtos/epidemias sempre que o vírus contacta com pessoas susceptíveis.
Quais são os sintomas?
Nos primeiros dias de doença surgem sintomas pouco específicos e esta fase é designada e “pródromo”:
– Febre
Muitas vezes a temperatura é bastante elevada, sendo frequente atingir valores acima dos 40ºC. Se durar mais de 4 dias sem noção de melhoria pode significar que está a surgir uma complicação da doença.
– Prostração
O atingimento do estado geral é marcante, fazendo com que as pessoas infectadas estejam prostradas e com um ar claramente “doente”.
– Olhos vermelhos/conjuntivite
É uma das imagens típicas da doença. Os olhos ficam muito vermelhos e é comum surgir dificuldade em lidar com a luz. Não é habitual surgirem secreções purulentas nos olhos.
– Obstrução nasal e tosse
Como esta é uma infecção respiratória, é frequente surgirem manifestações de atingimento das vias aéreas superiores
Ao fim de 2-4 dias de doença surgem as manchas vermelhas na pele. Estas iniciam-se pela face e vão-se estendendo progressivamente para o tronco e membros inferiores. Muitas vezes acabam por confluir, juntando-se umas às outras e dando um aspecto mais generalizado por toda a pele. A sua duração é de 6-7 dias, com melhoria progressiva a partir do 2º dia.
Cerca de 1-2 dias antes de aparecerem estas manchas, surgem uns pontos esbranquiçados dentro da boca, geralmente na parte de dentro das bochechas. Estes pontos são muito característicos do sarampo e ajudam muito no diagnóstico, embora possam não estar presentes em todos os casos e nem sempre sejam muito fáceis de observar.
Como se diagnostica?
A suspeita do diagnóstico surge com base nos sintomas apresentados e, se houver contacto com algum caso de sarampo, torna-se muito mais provável. No entanto, para a sua confirmação exacta deve sempre ser pesquisado o vírus do sarampo nas secreções, pois apenas a sua detecção laboratorial permite um diagnóstico de certeza.
Como é que se pode contrair o sarampo?
O contágio faz-se através do contacto com gotículas respiratórias de pessoas infectadas, seja directamente ou então através de objectos contaminados. O período de incubação varia entre 6 a 21 dias.
Os principais grupos de risco para esta doença são os bebés muito pequenos, que não podem ser vacinados, as pessoas que não estão vacinadas ou então que têm esquemas incompletos de vacinação e as pessoas imunocomprometidas.
Quais são as complicações?
Apesar de ser uma doença vírica e que, na maior parte dos casos, resolve espontaneamente, a mortalidade do sarampo pode chegar aos 4-10% nalguns grupos específicos de pessoas.
As complicações mais importantes são as seguintes:
– Pneumonia
Esta é a principal causa de morte em crianças relacionada com o sarampo. Deve ser suspeitada sempre que a febre se prolonga mais de 4 dias sem noção de melhoria, se surgirem sinais de dificuldade respiratória ou se a auscultação pulmonar assim o indicar.
– Diarreia
É bastante frequente e, nalguns casos, pode condicionar um estado de desidratação do indivíduo afectado.
– Infecções oportunistas
O vírus do sarampo pode provocar algum grau de diminuição imunológica, pelo que pode predispôr ao surgimento de outro tipo de infecções.
– Neurológicas
O atingimento cerebral nesta doença pode surgir ainda na fase aguda ou então instalar-se mais tarde. Este tipo de complicações tem sempre uma mortalidade elevada e uma probabilidade também alta de provocar sequelas. Um tipo particularmente grave de complicação neurológica é a panencefalite esclerosante subaguda, que é uma doença neurodegenerativa, progressiva e sempre fatal. Pode surgir até 10 anos depois da doença, o que a torna ainda mais temível.
Os grupos de risco para desenvolver complicações são os imunocomprometidos, as grávidas, os bebés pequenos, os idosos e todos os indivíduos que não estejam vacinados.
Como se pode prevenir?
A melhor e mais eficaz forma de prevenir o sarampo é através da vacinação. A vacina é extremamente eficaz e diminui drasticamente a probabilidade de desenvolver a doença. Para além disso, mesmo no caso de surgir doença em pessoas vacinadas, geralmente é uma forma atenuada de sarampo, menos grave e com muito menor risco de complicações. O maior exemplo de eficácia da vacina é o número reduzido de casos que temos tido em Portugal, comparativamente com outros países onde as taxas de vacinação são muito mais baixas do que as nossas. Por este facto, é FUNDAMENTAL que todas as pessoas confirmem o seu estado vacinal e se informem junto dos seus médicos assistentes sobre a necessidade eventual de se vacinar. A prevenção é sempre a melhor opção!