![Rui Nabeiro](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/10983596Rui-Nabeiro.jpeg)
O Sr. Rui, como os mais próximos o tratam, terminou a sua curta intervenção dizendo que esperava que este espaço não fosse apenas um lugar sem título mas também sem fim… Quando descemos para a mesa de almoço, e iniciámos, lado a lado, esta aventura gastronómica, o Comendador ficou surpreendido com as “modernices” que hoje se fazem à mesa. E, na verdade, até eu que tenho idade para ser sua neta e cresci a ouvi dizer que à mesa não se brinca! Pois deixem-me dizer-vos que o número 30 da Rua do Alecrim é um exemplo do que, à mesa, primeiro se estranha e depois se entranha…
O Sem Título é um sem fim de experiências divertidas. É sem pratos. É sem regras. É sem limites de imaginação… É diferente e arrojado. Tal como pretende ser a marca Adega Mayor para se diferenciar num mercado tão concorrencial como é o dos vinhos. E posso garantir que vale a pena lá ir até final do mês de Julho para experimentar uma boa refeição servida em cima da mesa…sim, leu bem…em cima da mesa e sem prato! Os pincéis são os primeiros “talheres” a fazer parte da experiência. Depois vêm as bisnagas, que a mim me fizeram lembrar os tubos de acrílico que uso nas minhas “amadorices” de pintura, mas estes com diferentes cores e sabores. Pintamos o pão com creme de choco preto, couve roxa ou pimentos vermelhos fumados e vamos saboreando com o vinho que melhor liga com cada sabor ao longo da refeição. A nossa pintura gastronómica sobre tela começa assim e prolonga-se até à sobremesa. Confesso que fiquei curiosa sobre a forma como será servido o café uma vez que tive de sair antes do final da apresentação feita à imprensa. Mas ainda lá volto.
![Sem Título Adega Maior](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/10983598Sem-T%C3%ADtulo-Adega-Maior.jpeg)
Na minha mesa houve um pouco de tudo. Maior liberdade e maior contenção. A minha tela ficou viva, cheia de cor e de movimento, acabei por me libertar e me deixar levar pela criatividade porque é para isso que lá estamos. Mas o avô de Rita Nabeiro, apesar de achar divertido o conceito, lá preferiu ir petiscando da travessa. Foi bom ter privado este momento sentada ao seu lado. Adoro perder-me nas conversas com ele. E não resisti a perguntar-lhe como via a Adega Mayor neste momento de renovação da identidade da marca. Ele respondeu-me com um sorriso aberto, um brilho no olhar e umas palavras que talvez nunca mais esqueça: “…vejo-a como se vê uma namorada! Com o entusiasmo que se sente quando vamos ter com ela”. Achei maravilhoso. E genuíno, como sempre são as respostas que vêm do coração. Ficámos por lá à conversa, entre pinceladas e petiscos coloridos e saborosos sobre uma tela envidraçada, a falar sobre as suas aventuras no campo quando era miúdo, dos tempos dos seus pais, de como está hoje diferente a terra e de quanto faz este senhor diferença naquela região e no país.
O avô da Rita, como o próprio disse ali estar, é um homem com histórias sem fim… Com o Sem Título, vai ficar com mais uma para contar. Porque de histórias se constroem as marcas, de títulos se fazem textos e de experiências se faz a vida. Quem também não quer ter um sem fim de histórias para contar?
Portugal precisa destas ousadias. E as marcas também! Percam a vergonha, Srs Marketers, e deixem que o consumidor se relacione com as vossas marcas de uma forma bem mais divertida! Hoje, com o poder das redes sociais, têm ainda mais possibilidade dessa estratégia ser um sucesso. Arriscado, mas diferenciador. E é isso que deixa marca.