Com a eleição de Luis Cassiano Neves para o cargo de Presidente da Federação de Rugby, abre-se agora um novo ciclo nos destinos da FPR. Um ciclo em que o novo presidente, agarrando-se às coisas boas feitas pelos seus antecessores, deverá abrir caminho a um futuro que, como tenho tido a oportunidade de dizer, tem tudo para ser de sucesso.
Numa altura em que nem tudo corre de feição para o nosso rugby (a prestação da nossa seleção de 7´s na primeira Etapa do Circuito Mundial não foi a mais feliz), o clique para retomar os momentos de alegria parece-me não estar assim tão longe. Mas importantes decisões deverão ser tomadas.
– Que modelo de treinos e recrutamento devemos ter na nossa seleção de XV?
– Que importância dever-se-á dar aos 7´s?
– Que modelo de competições? Internas e internacionais.
– Que tipo de rugby queremos em Portugal?
– Qual o tipo de jogadores de rugby queremos?
– Qual a filosofia que queremos desenvolver e solidificar em Portugal?
Não tenho dúvidas que está a faltar ao rugby português um consenso sobre estas questões basilares para o desenvolvimento da modalidade. E não tenho dúvidas que essa falta de consenso tem contribuído para alguma deriva que, por vezes, damos conta no rugby luso.
A Direção de Cassiano Neves tem competência e vontade para contribuir positivamente. A expectativa é, legitimamente, grande. Pessoalmente (e não tendo eu estado com a lista de Cassiano Neves) estou crente que se conseguirá entrar nesse caminho de sucesso. A nova Direção sabe que, andando todos no mesmo sentido, esse sucesso será alcançado de forma mais ampla e mais simples. Juntar e unir todos os agentes nas respostas às questões que atrás identifiquei como basilares será a forma mais simples e eficaz para que se conseguisse essa união. Uma forma para que todos, dia após dia, estivejam no rugby com o mesmo foco.
A ideia de um Congresso Nacional do Rugby, devidamente preparado, com os objetivos devidamente definidos e do qual resultasse um documento com as diretrizes do caminho a percorrer, parece-me, poderá ser a tal forma simples e eficaz de se encontrar esse tal foco. Um congresso histórico e que marcasse um caminho de sucesso, sem retorno, do rugby português…
Eu acredito que, como pequenas afinações, esse caminho pode estar mesmo ao nosso alcance! O fosso que por um lado parece grande, por outro, afigura-se ser até bastante mais pequeno (basta atentarmos, por exemplo, ao número de jogadores lusos a jogar no Top14 ou Pro2 francesa ou, como tive a oportunidade de assistir ao vivo, analisarmos a excelente prestação do campeão nacional, o GD Direito, que, no fim de semana passado, esteve a muito pouco de obter a sua primeira vitória em competições europeias, diante uma equipa que já foi campeã nacional Italiano.*
* Sem prejuízo de, e para bom esclarecimento do leitor, as 3 principais equipas italianas jogarem num campeonato diferente.