Roberto Barata decidiu, finalmente, vir a Moçambique. Há muito que tinha vontade de conhecer o país. Tinha adiado tanto a viagem que se esquecera do desejo de viajar. É assim que morrem os desejos. Por adiamento consecutivo.
Quando terminou a pandemia, Roberto pensou que era chegado o momento. Ninguém nunca está atrasado. Foi o que ele pensou. E repetiu o lema que, na sua família, servia de consolo para todos os desencontros: tudo acontece no momento certo, o que é preciso é deixarmo-nos ser abraçados pelo tempo.