A informação já circulava nos corredores, mas foi confirmada ao final da manhã da última segunda-feira, 20: o gabinete do procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, um advogado britânico de 54 anos ao serviço do TPI desde junho de 2021, disse que iria pedir mandados de captura para os dois lados do conflito na Palestina. Khan tem reputação de ser um orador talentoso e um litigante obstinado na área do Direito Internacional. O anúncio ocorreu de forma inesperada através do site do TPI e, ao contrário do que também é habitual, o procurador divulgou a lista de nomes que o ajudaram a recolher evidências e a rever o pedido (entre os quais estão dois antigos juízes e a conhecida advogada Amal Clooney, especialista em Direitos Humanos).
“Hoje sublinhamos mais uma vez que o Direito Internacional e as leis dos conflitos armados se aplicam a todos”, disse Khan, que recentemente foi autorizado a visitar a Cisjordânia e algumas localidades em Israel, atacadas pelo Hamas a 7 de outubro de 2023. Na declaração, justificou: “Nenhum soldado de infantaria, nenhum comandante, nenhum líder civil – ninguém – pode agir impunemente.” Do lado do Hamas, o procurador fez referência a Yahya Sinwar, que está em Gaza, a Ismail Haniyeh, que está no Qatar, e a Mohammed Deif, comandante da ala militar. Do lado de Israel, envolveu o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Yoav Gallant. Khan também é responsável pelo mandado de captura de Putin e de outros oficiais russos, na sequência de uma investigação sobre a invasão da Ucrânia.