Visão | Strauss-Kahn não arranja casa em Nova Iorque

Strauss-Kahn não arranja casa em Nova Iorque

Strauss-Kahn admite "falha moral", mas desmente violação

A mulher do ex-diretor-geral do FMI até já tinha alugado um luxuoso apartamento, mas, quando percebeu que DSK ia para lá viver, o senhorio voltou logo atrás

Dominique Strauss-Kahn tem direito a aguardar julgamento por crime sexual em liberdade condicional com residência vigiada, mas teria ainda de arranjar um apartamento onde residir antes de sair da prisão de Rikers

Segundo o semanário francês L’Express, que cita o tabloid New York Post, a mulher, Anne Sinclair, teria alugado ontem um apartamento numa residência luxuosa, o Bristol Plazza, desde que um juiz americano autorizou Strauss-Kahn a permanecer em liberdade condicional até ao fim do processo, mediante uma caução de um milhão de dólares. Mas quando a direcção do prédio soube que DSK, acusado de crime sexual contra uma empregada de limpezas, iria residir nesse apartamento, anulou o contrato de aluguer.

As restrições à liberdade condicional de DSK são muito severas, e incluem a presença permanente de um guarda armado à porta de casa.

Lagard favorita no FMI… apesar de processo à vista?

O nome dela é martelado desde sexta-feira como o da favorita dos europeus para suceder a DSK na direcção do FMI, em Washington: Christine Lagarde, actual ministra da Economia francesa, é, em todo o caso, a favorita do Presidente francês, Nicolas Sarkozy, que não parece preocupado pelo facto desta advogada estar ameaçada com um processo por “abuso de autoridade” no caso Bernard Tapie/ Crédit Lyonnais.

Lagarde resolveu em 2008 este contencioso dos anos 1990 entre o antigo empresário (e ex-ministro) Tapie e o banco Crédi Lyonnais sobre a compra da empresa Adidas: a ministra reuniu um “tribunal” arbitral privado, que obrigou o Estado francês a pagar uma indemnização de 240 milhões de euros a Tapie.

O grupo parlamentar da oposição socialista, escandalizado com esta decisão, ameaçou a ministra com um processo. Resta ver se um consenso europeu em torno do nome de uma candidatura francesa ao FMI é suficiente para fazer desistir os socialistas; ou se, aqueles que no PS pensam ver a mão de Sarkozy no escândalo sexual que derrubou DSK e as suas esperanças de trazer a esquerda de volta ao Eliseu, em 2012, vão minar a candidatura de Lagarde.