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Strauss-Kahn transferido para ala prisional anti-suicídio
A notícia é dada pelo New York Post, um jornal popular sem a dimensão do New York Times, especializado nos faits divers locais. A primeira notícia da prisão do director-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional) foi dada precisamente por este jornal, que citava fontes policiais.
O NYP afirma que a vítima vive desde Janeiro com a filha de 15 anos no 4º andar de um prédio reservado exclusivamente para doentes com SIDA pela associação Harlem Community AIDS United. O diário frisa que não tem meios de certificar se a empregada do hotel Sofitel está efectivamente contaminada, devido às leis médicas de confidencialidade nos EUA. Mas contorna estas leis com a sua investigação, frisando categoricamente dois pontos. Em primeiro lugar, a associação Harlem United explicou-lhe que os apartamentos só são alugados a famílias que tenham obrigatoriamente um adulto contaminado, no mínimo; uma família em que haja um menor doente e um adulto são não é aceite neste prédio. Em segundo lugar, o NYP garante que a vítima e a filha moravam antes de Janeiro noutro prédio desta associação reservado a doentes com sida.
Estas informações, a virem a ser confirmadas, terão inevitavelmente um impacte determinante na estratégia de defesa de Dominique Strauss-Kahn e explicariam a reviravolta da estratégia da defesa – não confirmada pelos advogados, mas evocada na imprensa francesa e americana. Os advogados Wiiliam Taylor e Benjamin Brafman começaram por negar qualquer culpabilidade do cliente mas estariam agora a estudar a hipótese de evocarem uma relação sexual mutuamente consentida.
O advogado da vítima, Jeffrey Shapiro, refuta a viabilidade desta linha de defesa em declarações à Associated Press: “Este caso não tem a mais pequena ponta por onde se lhe pegue para ser construído de forma consensual, seja lá de que maneira for”.
Shapiro indicou ainda que a vítima é uma viúva de 32 anos, mãe de uma adolescente de 15 anos, oriunda da África francófona, a trabalhar no Sofitel de Nova Iorque desde há três anos.
O nome da vítima já foi publicado na imprensa francesa, mas não na imprensa americana e inglesa, que observa uma regra não escrita de respeito pelas pessoas alvo de crimes sexuais. Ela estaria sob protecção da polícia num local secreto, e sem poder estabelecer contactos telefónicos – para se evitar qualquer oferta monetária a troco do seu silêncio. Diverso advogados Noa Iorquinos que têm tentado conhecer-lhe o paradeiro disseram à Associated Press que “ela podia ganhar até cerca de seis milhões de dólares para retirar a queixa” – ou mais plausivelmente, corroborar versão da defesa.
Dominique Strauss-Kahn foi preso no sábado, em Nova Iorque, num avião da Air France que devia descolar daí a 10 minutos, sob acusação de violação, toques sexuais forçados e sequestro de uma empregada que entrou no quarto que ocupava no Sofitel de Nova Iorque para fazer a limpeza.
DSK está em prisão preventiva na prisão de Rikers Island, numa cela individual na ala reservada aos prisioneiros com doenças contagiosas. A direcção o estabelecimento prisional explicou que Strauss-Kahn corria demasiados riscos de agressão se ficasse me contacto com outros prisioneiros, e afirmou que só nesta ala havia celas individuais. DSK foi colocada sob vigilância anti-suicídio depois de uma consulta com o psiquiatra da prisão. Isto implica um uniforme especial, sapatos sem atacadores e um aparelho que controla a sua respiração.