<#comment comment=”[if gte mso 9]> Normal 0 false false false MicrosoftInternetExplorer4 <#comment comment=”[if gte mso 9]> <#comment comment=” /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:””; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:”Times New Roman”; mso-fareast-font-family:”Times New Roman”; mso-ansi-language:PT; mso-fareast-language:PT;} @page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:72.0pt 90.0pt 72.0pt 90.0pt; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} “> <#comment comment=”[if gte mso 10]> As cinzas do vulcão islandês podem não ter atingido o espaço aéreo nacional. Mas os olhos dos portugueses estão cheios de cinzas que todos os dias lhes são atiradas pelos políticos. Primeiro, foi a elaboração de um PEC colado a cuspo, que Bruxelas, temendo a pressão sobre o euro, aprovaria sempre, nem que fosse elaborado, de lápis na orelha, numa folha de papel almaço. Depois, um ministro que, qual marido enganado, é o último a saber dos aumentos sucessivos da gasolina. Finalmente – e estamos em pulgas para ver como o assunto será tratado no programa Contra-Informação… -, as promessas de amizade eterna entre José Sócrates e Alberto João Jardim, com brindes de poncha e troca de ternuras de fazer corar qualquer mãe de família.
Começando pelo PEC, temos, para além das considerações sobre o excessivo optimismo quanto ao crescimento da economia, aliás já contestado por tudo o que são entidades independentes, uma intenção expressa pelo novo líder social-democrata e pelo seu líder parlamentar: “Não contem com o PSD para aumentar os impostos.” Ora, o aumento de impostos, por via da redução das deduções fiscais, faz parte do ADN do PEC e é uma das poucas medidas, ali inscritas, capazes de influenciar o controlo do défice. Quando se tratar de aprovar, no concreto, esta proposta, por via legislativa, o que será do pobre PEC? É melhor esfregar já os olhos e sacudir a cinza.
O ministro da Economia declarou-se chocado com o escândalo dos aumentos dos combustíveis. Com o barril bem abaixo dos 90 dólares, os preços estão próximos de quando aquele se encontrava a mais de 100. E, lançando mais cinza para os olhos de quem o ouvia, Vieira da Silva prometeu investigar. Investigar como? Confiando à Autoridade da Concorrência e ao seu benigno responsável, Manuel Sebastião, mais uma piedosa tarefa de legitimar o comportamento das companhias? Constatando que a gasolina sai das refinarias detidas pela Galp em regime de monopólio? Verificando que os painéis das auto-estradas foram inventados para dar dinheiro a ganhar a alguém – mas estarem lá ou não estarem é a mesma coisa? Confirmando que o imposto cobrado pelo Estado nos coloca em desvantagem perante os consumidores e as empresas espanholas? A investigação de Vieira da Silva, há-de ser uma coisa esperta. Para encurtar razões, José Sócrates já disse que não existe qualquer anomalia nos preços. Cinza e mais cinza.
É verdade que a trégua entre Jardim e Sócrates, a bem da reconstrução da Madeira, é algo que se aplaude. E a solidariedade do Governo central com os madeirenses também. O que nunca fez sentido foi ter havido a guerra que houve. Mas ela existiu. E a falta de discrição, o exagero dos elogios mútuos, os brindes estrepitosos, os abraços, a cumplicidade repentina dão aos eleitores – que, mais uma vez, esfregam os olhos… – uma verdadeira lição de até onde pode chegar a hipocrisia, a dissimulação e a falta de espinha dorsal política. Sócrates elimina um problema. Jardim faz ciúmes ao seu mais recente inimigo de estimação, Pedro Passos Coelho. Mesmo com cinza nos olhos, talvez, ao menos, os madeirenses possam aproveitar esta erupção de mimos e panegíricos.