Porto, 10 Abr (Lusa) – O treinador Jesualdo Ferreira garantiu hoje que o FC Porto está imune à euforia do desempenho europeu em Manchester e que sábado vai manter a atitude frente ao Estrela da Amadora, na 24ª jornada da Liga de futebol.
“O encontro com o Estrela tem um grau de dificuldade elevado, é sempre um risco, como em todos, mas temos a segurança e a responsabilidade de saber que é um desafio muito importante para o trajecto do FC Porto no campeonato. Faltam sete jornadas. Cada vez que jogamos falta menos uma. O caminho para o título faz-se jogo a jogo”, vincou.
E, para que não restem duvidas, acrescentou: “os jogadores têm consciência do trabalho que têm vindo a fazer ao longo dos meses. Sabem da importância deste jogo, pelo que ninguém vai entrar para um desafio a pensar noutro (com o Manchester United, quarta-feira, para a segunda “mão” dos quartos-de-final da Liga dos Campeões, após 2-2 fora)”.
“Pela nossa experiência, conseguimos dividir as coisas. Não conseguimos travar a euforia exterior, mas os jogadores sabem os seus limites. A consciência e a tranquilidade interiores estão seguras”, garantiu.
Jesualdo Ferreira junta a isso o respeito por tudo o que o grupo de trabalho do Estrela da Amadora tem feito, “pois, com todos os problemas (salários em atraso), continua a fazer bons jogos e está bem classificado (10º)”.
O conjunto amadorense não treinou na passada semana, para a recepção ao Benfica (1-2), mas os futebolistas regressaram ao trabalho quarta-feira e preparam com normalidade a visita ao tricampeão nacional.
O técnico dos “dragões” admite alterações na equipa – “a linha metodológica está traçada e a identidade não se vai perder” -, mas garante que não há margem para facilitar.
“Não há poupança no FC Porto, mas rendimento. Depende da estabilidade emocional e de condições para o poder obter. Sempre que alguém não está a 100 por cento, o rendimento não é positivo. Tem de haver um equilíbrio muito grande nos dois factores”, frisou.
Mais uma vez, Jesualdo Ferreira revelou tranquilidade quanto ao seu futuro, garantindo que se sente “cómodo” e que tem ainda “três objectivos para conquistar”, referindo-se à Liga dos Campeões, campeonato e Taça de Portugal.
“Não faz muito sentido neste momento estar a desperdiçar energias e atenções – que devemos ter na posição de treinador do FC Porto – e estar a pensar no que vai acontecer no futuro. Não penso nisso. O futebol é a minha vida. Vive-se de uma forma apaixonada e não há tempo para pensar em mais nada”, vincou.
E, pragmático, acrescentou: “O futuro vai depender do que possa fazer. É a lógica do mercado, do trabalho e exigências em qualquer profissão. Se vivemos de resultados, depende sempre do que se fizer. Do outro lado há a lógica do trabalho que se faz. Mas recordo que o FC Porto ainda não ganhou nada”.
RBA/RYA.
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