Lisboa, 14 Mar (Lusa) – O antigo presidente da República Jorge Sampaio considerou que a atribuição do Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa, que recebe segunda-feira, constitui “um reconhecimento e um estímulo”.
“Foi um reconhecimento que é sempre agradável e é um estímulo para continuar nas causas que foram afinal de contas sempre as causas da minha vida”, declarou à agência Lusa.
O prémio em causa, atribuído desde 1995 a duas personalidades, uma do Norte e outra do Sul, recompensa o trabalho na protecção dos direitos humanos e no fortalecimento das relações Norte-Sul.
Em relação a Jorge Sampaio, o Centro Norte-Sul destaca os seus mandatos presidenciais, entre 1996 e 2006, “marcados pela valorização de temas essenciais para o desenvolvimento da sociedade portuguesa” e ainda o papel que teve no “estreitamento das relações” com os países de língua oficial portuguesa.
Os cargos internacionais que exerce actualmente, “nomeadamente o de enviado especial para a luta contra a Tuberculose e de Alto Representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações”, são também assinalados pelo organismo do Conselho da Europa.
O antigo chefe de Estado português tem como co-premiada a Rainha da Jordânia, Rania Al Abdullah, cujo trabalho disse conhecer.
“Obviamente que é uma honra para mim estar no mesmo dia com a Rainha da Jordânia e ser co-premiado com ela, uma pessoa que se tem dedicado a várias causas sociais, culturais e económicas de pessoas desfavorecidas”, declarou Jorge Sampaio.
Considerando que o prémio “de algum modo também confirma” que esteve “do lado certo da democracia, dos direitos humanos” em toda a sua vida, Jorge Sampaio apontou ainda a “grande honra de estar na companhia de tão altos galardoados como aconteceu no passado”.
Mário Soares e António de Almeida Santos são os outros dois portugueses que já receberam o prémio, entre nomes como Peter Gabriel, Danielle Mitterrand, Graça Machel, Emma Bonino, Xanana Gusmão, Mary Robinson, Bob Geldof, Simone Veil e Kofi Annan.
O prémio honorífico é entregue segunda-feira numa sessão solene na Assembleia da República.
PAL.
Lusa/fim
