Maputo, 05 Fev (Lusa) – A epidemia de cólera que afecta Moçambique desde Janeiro deste ano já matou 87 pessoas, de um total de 10.271 casos registados, informou hoje o Ministério da Saúde moçambicano.
O porta-voz do Ministério da Saúde de Moçambique, Leonardo Chavana, disse à Lusa que Manica, no centro do país, com 50 mortes, Cabo Delgado (norte) com 23, e Nampula (norte) com 14, são as províncias mais assoladas pela epidemia.
Não há registo de casos de morte devido à cólera nas restantes oito províncias moçambicanas.
Segundo Chavana, os casos de cólera registados este ano, que compreendem o período de 01 de Janeiro a 05 de Março, mostram que “2008 será um ano de pico da epidemia de cólera”.
O último pico foi atingido em 2004, com 20.839 casos, depois do pico de 2002, com 32.754 doentes.
“O gráfico de casos de epidemia de cólera em Moçambique mostra que o país tem picos de dois em dois ou três em três anos. O Verão tem sido o período de maior preocupação, porque oferece condições climatéricas favoráveis ao desenvolvimento do vírus”, disse o porta-voz do Ministério da Saúde de Moçambique.
Leonardo Chavana acrescentou que as mortes por cólera em Moçambique são provocadas pelo facto de as pessoas se deslocarem tarde aos Centros de Tratamento da Cólera (CTC), instalados nas unidades sanitárias do país, contrariando os apelos das autoridades de que devem procurar atendimento médico, logo que suspeitarem de sintomas.
“O país tem capacidade para salvar as vidas que se perdem devido à cólera, desde que para isso as pessoas procurem os hospitais a tempo”, sublinhou Chavana.
Referindo-se à recusa de alguns doentes de se deslocarem aos hospitais, devido a boatos difundidos em algumas comunidades do país, que ligam os medicamentos administrados aos doentes à propagação da doença, o porta-voz do Ministério da Saúde de Moçambique apelou a um maior esclarecimento público sobre as reais causas da doença.
“Todos devem participar na educação sanitária da população, explicando que a cólera é causada pela falta de cuidados de higiene pessoal, de modo a que as pessoas não sejam manipuladas pela desinformação”, afirmou Leonardo Chavana.
PMA.
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