Dakar, 05 Mar (Lusa) – O ministro senegalês dos Negócios Estrangeiros, Cheikh Tidiane Gadio, propôs hoje a realização de uma conferência internacional sobre a situação na Guiné-Bissau, depois dos assassínos do Presidente “Nino” Vieira e de Tagmé Na Waié.
“Faz falta uma conferência internacional sobre os problemas de estabilidade, desenvolvimento e segurança na Guiné-Bissau”, disse Gadio à rádios senegalesas, a partir de Bissau, onde dirige uma delegação da Comunidade Económica dos Estados Africanos da África Ocidental (CEDEAO).
O Presidente guineense João Bernardo”Nino” Veira foi assassinado segunda-feira por um grupo de militares depois de, no domingo, um atentado à bomba ter provocado a morte do Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Tagmé Na Waié.
Gadio destacou a urgência em ocupar-se das graves dificuldades da Guiné-Bissau, envolvida há mais de uma década numa profunda crise política, agravada actualmente pelo narcotráfico, que exarcebou as rivalidades entre os dirigentes e militares.
Segundo ministro senegalês, o Senegal está disposto a ser o anfitrião da conferência, que examinaria “em concreto” o que a comunidade internacional pode fazer para acabar com a crise na Guiné-Bissau.
“Não se pode deixar os narcotraficantes controlarem a vida política da Guiné-Bissau”, afirmou Gadio, em alusão à suposta implicação dos círculos do narcotráfico sul-americano na crise actual do país africano.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Senegal acrescentou que a CEDEAO, a União Europeia, as Nações Unidas e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) devem apoiar a convocação desta conferência, que abordará todos os problemas com as autoridades da Guiné-Bissau.
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