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Espaço- O espaço comercial/autógrafos não tinha sido mudado, não foi preciso reaprender nada a esse nível. Continuo a achar que lhe falta alguma abertura em termos de visibilidade/acessibilidade imediata a visitantes, e ligação ao espaço comercial, mas não faz qualquer sentido estar sempre a alterar a estrutura-base. Faz sentido mudá-lo apenas mais uma vez, de modo a resolver definitivamente os problemas mencionados acima.
Público- Ignoro a contabilidade oficial (muito dependente nas visitas programadas, ou não, por escolas), apenas tomo o pulso ao Festival no último Sábado, um dia por ano. Em 2012 havia mais gente, e mais interessada, do que no ano anterior. Também muito mais gente no Cosplay disfarçada de personagens de BD (sobretudo japonesa). Como noutras ocasiões este grupo específico pareceu-me um público alienado do resto do Festival, apenas ocupando os espaços das exposições para utilizar os cenários em fotografias com os fatos. Haverá certamente algo mais a fazer a este nível. Promover uma exposição de BD japonesa, e/ou lançamentos com um Cosplay associado, por exemplo?
Edições- Muitas e muito boas novas edições de livros e fanzines de banda desenhada, e até notícias de uma nova editora. Crise? Qual crise? É uma chalaça, basta consultar as tiragens; mas, mesmo assim, senti uma vitalidade um pouco inesperada. Muitas obras de autores nacionais, algo que, mais uma vez, poderá ajudar-me a fazer novos amigos quando, daqui a algum tempo, as discutir. De destacar o sucesso das colecções Marvel com o jornal Público, até por revelarem autores nacionais a trabalhar no mercado norte-americano. Mais importante ainda: esse sucesso poderá implicar uma outra colecção, potencialmente bem mais interessante. “O Regresso de José de Freitas” não foi uma BD editada, mas foi bom rever “no ativo” o editor ligado à Devir. Freitas é uma das pessoas mais refrescantemente frontais na BD portuguesa, porque, além de empreendedor, é, caso seja preciso, crítico quando analisa tudo, incluindo a sua própria produção editorial (que é onde os restantes editores geralmente têm dificuldades, a auto-crítica é sempre mais difícil).
Autores- Todos os nacionais marcaram presente (ou quase todos; pronto: muitos), a questão nunca é essa. Em termos de autores (estrangeiros) convidados faltaram Grandes Nomes, mas estiveram alguns nomes fundamentais, sobretudo relacionados com o tema central. A escolha foi coerente a esse nível. Desde logo esteve o muito badalado francês (luso-descendente) Cyril Pedrosa com dois livros editados: “Três Sombras” (Polvo) e o mais mediático “Portugal” (ASA). Fica apenas uma breve nota: em minha opinião o primeiro é um belo e comovente livro, o segundo, apesar de ser uma edição extremamente corajosa à qual desejo todo o sucesso possível, é uma obra interessantemente caótica que tem sido sobrevalorizada por ter o nome que tem. Se o autor se chamasse Cyril Sabonis ou Cyril Popescu e o livro “Lituânia” ou “Roménia” duvido que tivesse tido o impacto que teve (em Portugal como em França). Mas isso será para falar mais tarde.
Prémios- Duas grandes novidades. Primeiro a organização do Festival decidiu delegar no Júri a selecção dos premiados, sem recorrer a um universo (reduzido, volátil?) de votos por correspondência. Defendi este sistema no ano passado, e parece-me uma opção claramente superior. Mantém-se a obrigação de as editoras enviarem exemplares dos livros para análise, o que continuo a achar uma limitação (quando não um suborno). Mas talvez a questão deixe tanto de o ser por passarem a existir em 2013 novos Prémios, os Prémios Profissionais de BD. Haver uma alternativa ao Festival da Amadora a este nível é algo que várias pessoas têm defendido e, como me incluo nesse lote, só posso aplaudir. Serão prémios dados por um júri alargado de 25 pessoas em várias categorias (à primeira vista lembraram-me os Eisner), com a particularidade de não ser necessário enviar exemplares de álbuns para concorrer (é facultativa a disponibilização de pdfs), e de estarem previstas ações posteriores de divulgação dos premiados em vários Festivais, incluindo os de Beja e da própria Amadora. Como sempre é preciso esperar para ver, mas é uma ideia útil com potencial, que se deve encorajar, e que só valerá a pena criticar como sendo apenas “mais uns prémios” DEPOIS de ter sido implementada durante pelo menos duas edições. Claro que estamos em Portugal, logo não foi nada disso que sucedeu.
Será interessante cruzar as listas de premiados da Amadora com as destes novos Prémios, e com os prémios CentralComics. Nessa altura poderão tirar-se conclusões quanto a uma eventual complementaridade/redundância.
Exposições e Catálogo- Muito boas e muito bom. Escolheu-se um tema central, a Autobiografia (Os vários rostos do Eu), e confiou-se a organização a um comissário com estatuto e interesses no tema (Pedro Vieira de Moura). O resultado foi, a meu ver, excelente enquanto conceito e em termos de autores selecionados. Não vou discutir a questão acessória de serem ou não pranchas originais, nalguns casos não eram (como não eram noutras exposições), mas não fazia grande diferença. Nalguns casos eram mesmo pranchas originais, e é sempre muito interessante examiná-las, mas mais para ver os métodos do autor (se é “limpo”, se usa corretor, se remonta vinhetas) do que por motivos estritamente artísticos. Como já disse muitas vezes: pode concordar-se ou não com as opções de um comissário ou de como aborda um tema (por exemplo, neste caso interpretando o conceito de autobiografia para incluir autores que lhe interessa abordar, excluindo outros), mas mais vale uma visão forte da qual se discorde (e com a qual se possa aprender), do que uma mole que nada defenda. A seleção de autores/pranchas foi cuidada, houve grande qualidade formal e uma coerência inegável, bem como um esforço evidente de tornar a escrita mais acessível a um público potencialmente muito diferente do público do blogue LerBD.
Como chamariz para outros tipos de interessados destacaria as exposições dos 50 anos do Homem-Aranha (muito bem feita; para o ano haverá outros filmes do Aranha, Thor, Iron Man…), de Titeuf,/Zep e dos portugueses Paulo Monteiro (autor em destaque que assinou o belo cartaz do evento), Marco Mendes (focando o muito interessante Diário Rasgado), José Carlos Fernandes (com o hilariante Agência de Viagens Lemming), Ana Afonso, Ricardo Cabral e Victor Mesquita, para além de Cyril Pedrosa. Mais uma vez o nível dos concursos foi também elevado.
Uma nota importante: já há temas pensados para os próximos anos, são coisas que de facto merecem ser tratadas com tempo.
Beja- Lamento não ter escrito este ano nenhuma composição sobre o último Festival de Beja. Ainda pensei evocar o espírito de Roussado Pinto, intrépido jornalista (e escritor, e editor/autor de BD, e…) que por vezes fazia reportagens “em direto” sem sair de casa, a ver se alguém dava conta. Mas depois achei por bem não o fazer.
Sei que se notavam os inevitáveis cortes, mas sei sobretudo que valeu a pena e que o “pessoal da BD” gostou. Como acho a existência do Festival um quase-milagre para mim isso chega e sobra.
Mais não posso dizer porque não fui, não dá para tudo. Este ano a minha peregrinação alentejana foi a Évora, ver a exposição de Corto Maltese no Fórum Eugénio de Almeida. Valeu muito a pena apreciar os originais de Hugo Pratt, mas resisti ao automatismo de comprar mais um catálogo, que era interessante, mas não imprescindível. Há que racionar…