Pouco passa das 9 horas da manhã do dia 26 de Abril, precisamente 17 anos passados sobre o início da produção de veículos, em Palmela. Na Autoeuropa, o primeiro turno já labora a velocidade de cruzeiro. Naquela fábrica, com um perímetro de cerca de 4 km, são produzidos, diariamente, 625 veículos (a incorporação nacional é de 60%), quase todos destinados aos mercados externos.
Os enormes pavilhões fervilham, como uma autêntica cidade, e todos os movimentos são milimétricos, como no interior de um relógio. E assim deverá continuar a ser até 2018, o horizonte de vida previsto para o modelo Sharan, que representa a maior fatia da produção. “Estamos atentos às muitas renovações que o grupo Volkswagen irá fazer até ao final da década. A Autoeuropa quer estar envolvida nesse processo, mas como os nossos produtos estão ainda numa fase de juventude e com boa aceitação no mercado, não nos sentimos pressionados para procurar novos modelos”, diz António Melo Pires, diretor-geral da Autoeuropa.
E os números dão-lhe razão. Apesar da contração da economia europeia, a produção da Autoeuropa continua a crescer. “Com exceção da Alemanha e da Europa de Leste, os restantes mercados europeus estão em queda. Têm-nos salvado os mercados chinês e do Médio Oriente”, diz. A China, o segundo maior cliente da fábrica de Palmela, consome quase 20% da produção total e já se tornou o maior mercado do modelo Scirocco, que também é ali produzido.
Mas não é só no fabrico de carros que a fábrica está a laborar mais. O departamento de cunhos e cortantes já produz moldes e ferramentas para a produção de elementos de chapa de outros veículos noutras fábricas do grupo, entre as quais as da Porsche e do Bentley e com uma faturação esperada de 15,9 milhões de euros. “Há vários fornecedores nossos já a trabalhar para outras fábricas do grupo e essa é uma relação que queremos fortalecer ainda mais”, garante.
Às 11 e 18 da manhã, está terminada a visita rápida à linha de montagem dos quatro modelos fabricados nesta unidade industrial: Sharan, Alhambra, Scirocco e Eos. A esta hora, o contador de veículos acabados assinala 207 unidades.
