A turma do primeiro ano do curso de Ciências da Comunicação da Universidade da Beira Interior e o professor José Ricardo Carvalheiro receberam a equipa da Visão para uma conversa sobre reportagem e foto-jornalismo.
Paulo Pena falou sobre o espírito da Caravana: “Encontrar histórias extraordinárias contadas por pessoas normais.” E aproveitou para trocar algumas impressões com alguns futuros jornalistas sobre a forma como se contam as boas histórias – a importância do “olhar” dos repórteres e a estrutura narrativa.
Bruno Rascão apresentou uma projecção de um dos seu últimos trabalhos. Precisamente, o olhar do foto-jornalista português, que reside em Córdoba, sobre um dos assuntos que polariza a sociedade espanhola: a Guerra Civil e o Franquismo. Nesse trabalho, Bruno acompanhou, durante meses, o trabalho de uma equipa que procurava cadáveres de republicanos assassinados durante a ditadura, enterrados em valas comuns no cemitério de Belmez.
No final, os alunos quiseram conhecer melhor o funcionamento da redacção móvel da Visão. Um deles assumiu, até, que se tinha tornado “leitor assíduo” da revista depois de ler o trabalho sobre os emigrantes ingleses no Algarve. E, para animar a conversa, várias perguntas dos alunos colocaram à prova a firmeza das convicções dos repórteres da Visão sobre “o futuro do jornalismo”: a falta de perspectivas de emprego na profissão, os estágios e o trabalho não-remunerado, o papel da informação gratuita, o online e os tablets. Os jornalistas da Visão também tinham uma pergunta: “E quantos de vocês, futuros jornalistas, lêem regularmente jornais?” A resposta não é o mais importante (adivinham-na, decerto, os leitores)… Ficam as boas intenções.