Os britânicos voltaram a focar-se no principal eixo do Algarve para a compra de habitação em resort – o eixo Albufeira-Loulé -, depois de em 2021 terem diversificado os destinos para investir em imobiliário em Portugal. Ditam os resultados do SIR-Resorts, que esta nacionalidade “fez 56% das aquisições internacionais nesse eixo no 1º semestre de 2022, voltando a posicionar a sua quota acima dos 50%”.
Este já tinha sido o padrão entre 2018 e 2020, mas em 2021 os britânicos perderam expressão neste eixo (para cerca de 40%) e deram sinais de abertura aos mercados fora do Algarve. No ano passado, lideraram mesmo as compras internacionais de resorts na Costa Atlântica (entre a região do Oeste e o Litoral Alentejano), com uma quota na ordem dos 20% neste destino.
Ainda de acordo com o mais recente relatório “Portuguese Resorts Market Report”, produzido pela Confidencial Imobiliário em parceria com a Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts (APR) e apoiada pelo Turismo de Portugal, o número de unidades transacionadas em resorts aumentou 20% no 1º semestre de 2022 em relação ao 2º semestre de 2021.
A maior diversificação de nacionalidades nos vários destinos e o reforço dos britânicos no seu mercado tradicional são algumas das razões para o crescimento semestral de 20% nas unidades transacionadas para um dos níveis de atividade mais elevados desde 2017. Albufeira-Loulé e a Costa Atlântica são responsáveis por cerca de um terço das vendas cada. Já o Barlavento e o Sotavento em torno de 20% cada.
Em termos de preço médio, Albufeira-Loulé registou preços médios de venda de 4.625€/m2. O Barlavento e a Costa Atlântica registaram vendas em níveis idênticos ao do seu padrão habitual, respetivamente em torno dos 3.000€/m2 e dos 3.800€/m2.
“Os resultados deste relatório confirmam que a procura por habitações nos resorts portugueses tem sido crescente em muitos mercados internacionais. E é de referir que esta procura está a ser correspondida por uma oferta crescente resultante de diversos investimentos em projetos turísticos residenciais em Portugal”, sublinhou Pedro Fontainhas, diretor executivo da APR, lembrando que “os resorts afirmam-se cada vez mais como locais de eleição para adquirir um imóvel, seja para investir, seja para viver de forma permanente”.
Preços estabilizam
Depois de assinalarem uma forte subida no final de 2021 (+13%), os preços da habitação integrada em resorts estabilizaram no 1º semestre deste ano, apresentando uma variação semestral de 1,5%, de acordo com o Índice de Preços de Resorts.
“Não obstante, em termos homólogos, a valorização mantém-se robusta (+14,6%”, destaca-se no relatório, sublinhando “o crescimento semestral consecutivo dos preços nos últimos dois anos”.
Uma valorização que tem consolidado o estatuto deste tipo de imóvel junto dos clientes e potenciais compradores. “Os resorts são um produto no qual Portugal é muito forte, aliando a qualidade paisagística e urbanística a uma oferta residencial de muita qualidade, integrada em serviços de valor acrescentado. É um mercado muito maduro, que até há pouco tempo definiu os tetos de valor no mercado nacional”, referiu, por seu turno, Ricardo Guimarães, Diretor da Confidencial Imobiliário. O responsável lembra ainda que atualmente começa também a surgir uma “oferta diversificada, de índole mais urbana” e que permite sedimentar o perfil de valor do mercado nacional. “Toda essa transformação veio afirmar Portugal como um destino seguro para os compradores internacionais, dotando-o de forte resiliência, tendo superado com sucesso um ciclo de fortes adversidades, como o Brexit e a pandemia”, frisou ainda Ricardo Guimarães.
A oferta de resorts acompanhou a tendência dos preços de venda, mantendo os valores estáveis no 1º semestre deste ano, de acordo com o SIR-Resorts.
Neste período, a oferta de resorts no país apresentava um valor médio de 4.301€/m2, pouco diferindo dos 4.382€/m2 do semestre anterior e mantendo-se no mesmo patamar dos últimos anos, designadamente entre os 4.000€/m2 e os 4.500€/m2. O comportamento na gama mais elevada do mercado, acompanhada pelo percentil 95 dos valores de oferta, é idêntico, com os resorts em oferta nesta franja a atingirem 7.972€/m2 no semestre em análise.