Representam pouco mais de 10% dos compradores imobiliários em Portugal, compram casas pelo dobro da média desembolsada pelos nacionais e estão maioritariamente localizados no Algarve. Este é o perfil-tipo do cliente estrangeiro, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
“No período compreendido entre 2019 e 2021, o valor das vendas de habitações superou os 72 mil milhões de euros, sendo que destes, 64,8 mil milhões de euros (89,8% do total) corresponderam a transações cujo comprador apresentava o Território Nacional como domicílio fiscal. A União Europeia e os Restantes Países, enquanto domicílios fiscais dos compradores, registaram montantes semelhantes, 3,8 mil milhões de euros e 3,5 mil milhões de euros, pela mesma ordem”, refere o relatório do INE, acrescentando que, relativamente ao valor médio por transação, os compradores com domicílio fiscal fora do Território Nacional, na categoria ‘Restantes Países’ gastaram mais do dobro do valor relativo ao Território Nacional, 374 484 euros e 149 644 euros, respetivamente.
No período em análise, um total de 24 988 transações, transacionadas por 7,3 mil milhões de euros, envolveram compradores com domicílio fiscal fora do Território Nacional.
Das regiões nacionais, o Algarve, apresentou-se como a região preferencial destes compradores, registando um peso relativo de 40,3% e 45,8%, em número e valor da totalidade das transações, apurou o INE.
A Área Metropolitana de Lisboa constitui a segunda localização mais representativa com uma quota relativa de 23,1% no número de transações e de 35,4%, em valor. A zona centro com 17,3% e a Região Autónoma da Madeira com 12,4% surgem nas posições seguintes.
Se a análise incidir apenas sobre 2021 e pelo número de imóveis transacionados, constata-se que “94,6% apresentaram comprador com o domicílio fiscal em Território Nacional (156 759 transações), seguindo-se a União Europeia com 2,8% (4 557) e os Restantes Países com 2,6% (4 366)”, aponta-se no relatório do INE, acrescentando que “das três categorias mencionadas, a União Europeia foi a única a registar uma redução no número de transações relativamente ao ano anterior, -1,6%, visto que as transações envolvendo compradores com domicílio fiscal no Território Nacional e nos Restantes Países, cresceram 20,3% e 66,5%, pela mesma ordem”.