Angariam três imóveis, em média, por dia e no ano anterior à pandemia venderam mais de mil casas. Este ano, a sociedade M3F, constituída pelas agências ERA Expo, ERA Olivais e ERA Chiado/Lapa, está a celebrar 20 anos de existência e de resultados que somam mais de 1,2 mil milhões de euros de volume de faturação nestas duas décadas. Um balanço que coloca este grupo de agências entre as que mais fatura em toda a rede ERA Portugal.
Mas, e em ano de pandemia, como se consegue sobreviver? Com muitas visitas virtuais, tecnologia de ponta e muita resiliência. “Esta é a terceira crise a que assisto. E a verdade é que há sempre dinâmica imobiliária”, diz Mário Feliciano, diretor das três agências, a que mais recentemente se juntaram mais duas (ERA Moscavide/Portela e Expo Sul). E dá exemplos: “os grandes promotores continuam muito atentos a boas oportunidades e a investir em edifícios para reabilitar, o mercado doméstico continua a comprar casas e agora com necessidades diferentes e os estrangeiros estão numa corrida contra o tempo e a acelerar as compras devido às alterações aos vistos Gold que vão passar a vigorar a partir do próximo ano (onde passarão a ser atribuídos apenas a quem comprar em zonas do interior ou ilhas)”.
“As necessidades diferentes” a que se refere Mário Feliciano em relação à clientela nacional assentam nas novas aspirações criadas já com a pandemia e os sucessivos confinamentos. “Existe uma procura crescente por moradias (no caso da nossa área de atuação em particular nas zonas da Lapa, Santos e Bairro da Encarnação, nos Olivais) e também por apartamentos com terraços. E quando estes têm vista-rio, por exemplo, o metro quadrado (m2) das varandas agora pode valer o mesmo do m2 da sala. Sem dúvida que agora os terraços e as varandas passaram a ser um fator prioritário no momento de decisão de compra de casa”, aponta o responsável das agências, dando como exemplo a zona do Parque das Nações.
Os preços, acrescenta, pouca pressão sofreram no mercado de luxo e no produto novo. “Há uma maior correção de preços nos usados. As obras novas estão integradas em projetos globais e é difícil flexibilizarem os valores”.
Também muito ativo no mercado estrangeiro no período pré-pandemia, o grupo de agências espera retomar o ritmo assim que a pandemia estiver mais controlada e “os corredores aéreos entre os países mais estabilizados”.
Até lá, consolida-se a aposta no digital que já antes da pandemia era muito usado, afiança. “As ferramentas tecnológicas de que a ERA dispõe, assim como a experiência e o conhecimento cimentados ao longo de 20 anos de atividade, foram cruciais para conseguirmos dar resposta aos nossos clientes e às adversidades trazidas pela pandemia, assim como possibilitou desenvolvermos o negócio à distância durante os períodos de confinamento”, realçou o fundador da sociedade que é partilhada por mais dois sócios, Miguel Cruz e Nuno Martins.
“Efetuámos visitas virtuais, apostámos fortemente em imagens e vídeos de qualidade dos imóveis em carteira, assim como prestámos um acompanhamento personalizado aos clientes através dos nossos consultores, de forma a sentirem-se apoiados”, reforçou ainda, dando como exemplo, o software Matterport que permite percorrer virtualmente o imóvel escolhido. “São ferramentas que usamos desde que passámos a ter clientes Golden Visa pois sempre recorreram muito às visitas virtuais e às visitas através de intermediários”, reforça ainda Mário Feliciano.
Com a pandemia a marcar passo ainda este ano, o momento é de consolidar as áreas de atuação que gerem e escoar o produto imobiliário das carteiras das cinco agências mas no próximo ano o objetivo é expandir o grupo e reforçar com uma sexta agência, desta vez em Marvila/Beato, o que provavelmente irá permitir recrutar mais colaboradores que já são cerca de 80 nas cinco agências.
Nestas duas décadas, as cinco agências venderam 11 mil casas e movimentaram 1,2 mil milhões de euros em transações.