Entre janeiro a setembro de 2020 transacionaram-se 122 066 alojamentos familiares, menos 7,7% face a igual período do ano anterior, de acordo com os dados oficiais recolhidos pelo Gabinete de Estudos da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).
No terceiro trimestre, venderam-se 45 136 casas, o que se traduz num aumento de 35,1% face ao trimestre anterior, o que para o Presidente da APEMIP, Luís Lima, “não é relevante, uma vez que o segundo trimestre do ano refletiu quebras decorrentes do primeiro Estado de Emergência e período de confinamento”, impedindo a realização de muitos negócios que acabaram por se transferir para o terceiro trimestre.
“Ao longo de 2020 o sector imobiliário conseguiu demonstrar resiliência, sobretudo neste terceiro trimestre que refletiu o momento mais otimista que se viveu depois do primeiro confinamento e em que se concretizaram negócios que já estavam planeados. Há que ter em conta que no segmento habitacional, a procura interna manteve-se elevada, até pela não existência de uma verdadeira alternativa no mercado de arrendamento. Ainda assim, o imobiliário sentiu o impacto da crise pandémica que se reflete na quebra de transações face ao ano anterior” disse Luís Lima.
O Presidente da APEMIP antecipa ainda que o último trimestre de 2020 não deverá apresentar resultados positivos. “É expectável que os números do quarto trimestre não sejam animadores, pois estarão espelhadas as incertezas decorrentes da segunda vaga da pandemia, que terão impacto no número de negócios efetuados. As empresas têm-nos dado nota de que o a partir do final de setembro se sentiu um arrefecimento do mercado, motivado por um novo ciclo de incerteza que afetou a confiança dos potenciais compradores”, adiantou o representante das imobiliárias.
No fim deste ano de 2020, o Presidente da APEMIP não adianta estimativas para o próximo ano, indicando que, perante o atual cenário de incertezas, é difícil antecipar o comportamento dos mercados. “A determinada altura, a instabilidade económica e laboral refletir-se-á na procura e nas transações, o que terá um efeito travão, como já se espera a partir do último trimestre do presente ano”, rematou ainda Luís Lima.