Originou uma dívida de quase 300 milhões de euros à Caixa Geral de Depósitos (CGD), esteve à venda por 110 milhões e acabou por ser arrematado por 95 milhões. O The Keys, projeto residencial inserido na selecta Quinta do Lago, em Almancil, no Algarve, foi vendido a uma empresa com sede em Londres, a SPX – International Asset Management, mas cuja direção é maioritariamente constituída por brasileiros.
A CGD era proprietária do imóvel desde 2017, altura em que a imobiliária Birchview que desenvolvia este projeto turístico entrou em insolvência e se tornou um dos maiores devedores do banco. Com uma área residencial acima do solo de 45.000 m2, o The Keys conta com um total de 72 casas. A operação foi intermediada pelas consultoras Cushman&Wakefield (CW), em representação da massa insolvente da Birchview – Imobiliária S.A e da JLL, do lado do comprador, a SPX – International Asset Management.
Refere a CW no seu comunicado que o empreendimento foi colocado à venda em junho deste ano através de um processo de venda judicial em regime de carta fechada, um processo que ficou concluído no início deste mês, volvidos apenas três meses. Uma celeridade na venda que é realçado por Ana Gomes, Partner e Diretora de Promoção e Reabilitação Urbana da Cushman & Wakefield: “Concluiu-se, num prazo relativamente curto, uma transação muito relevante para o Algarve e para o nosso país. Num ano muitíssimo atípico, este será, certamente, um dos maiores negócios imobiliários em Portugal confirmando a importância do Algarve como principal destino turístico da Europa e a Quinta do Lago como localização de referência para investimento em projetos diferenciadores e de qualidade”, sublinhou a responsável.
Gonçalo Santos, responsável pelo departamento de ‘Development’, da JLL, também fez questão de sublinhar que esta transação foi mais um exemplo de quão atentos estão os investidores em relação ao potencial do mercado imobiliário português. “Trata-se de um projeto numa localização ímpar e com um enorme potencial de valorização, que reflete bem as oportunidades que o mercado português oferece a investidores com um perfil de value add, ou seja, players que têm uma perspetiva de longo-prazo e que estão dispostos a investir nos ativos para lhes adicionar valor”, sublinhou o responsável.