O número de casas vendidas tem vindo a aumentar nos últimos anos, mas, nos meses mais recentes, um novo cenário começa a surgir: por um lado a estabilização dos preços das casas, em especial nas zonas centrais das cidades e, por outro, a queda consistente no número de novos imóveis a entrarem em oferta no mercado. Um fenómeno com impacto nas vendas.
Razões que refletem “o menor otimismo” dos operadores que atuam no mercado residencial , cujas expetativas de vendas de curto-prazo são mesmo “pouco animadoras”. Isso mesmo se revela hoje no Portuguese Housing Market Survey (PHMS), um inquérito mensal realizado em parceria entre a Confidencial Imobiliário (Ci) e o RICS a partir de um painel com 150 empresas do sector.
A tendência de enfraquecimento da procura que tem sido reportada nos últimos meses é outra das principais causas apontadas para este enfraquecimento das expetativas dos inquiridos.
“Os diferentes indicadores de mercado mostram que, por um lado, a tendência geral é positiva, mas, por outro, que existem sinais de uma desaceleração nas principais cidades. Isso é evidente nos índices de preços residenciais geridos pela Confidencial Imobiliário, que mostram uma redução no crescimento dos preços em Lisboa. Em particular, o Centro Histórico lidera a nova onda de estabilização no mercado, um cenário também apontado pelos inquiridos”, refere Ricardo Guimarães, diretor do Confidencial Imobiliário.
Assim, o PHMS de dezembro mostra que a procura no mercado de compra e venda, medida através das novas consultas por potenciais clientes, voltou a deteriorar-se neste mês. Quanto à oferta, o número de novas angariações também voltou a cair em dezembro. Relativamente aos preços, continuam a subir, ainda que o ritmo de crescimento tenha desacelerado consideravelmente nos últimos seis meses. Diz o relatório que “as perspetivas de curto-prazo relativamente à evolução dos preços são agora ligeiramente negativas, embora as expetativas a 12 meses ainda apontem para que os preços estejam mais elevados no final de 2019”. Na verdade, conclui-se, “os operadores estimam uma subida de 3% dos preços no Porto e de pouco mais de 2% em Lisboa e no Algarve nos próximos 12 meses”.