Para marcar a chegada aos 30 anos, a VISÃO lança a rubrica multimédia “Ideias com VISÃO”. Serão 30 semanas, 30 visionários, 30 ideias para fazer agora. Da ciência à saúde, das artes ao humor, das empresas ao ambiente, figuras de referência nas mais variadas áreas darão os seus contributos para pensar um Portugal melhor. Semanalmente em papel e aqui em vídeo.
Gostava que construíssemos uma sociedade com resiliência demográfica, onde fosse garantida autonomia corporal, o acesso à saúde sexual e reprodutiva e aos direitos sexuais e reprodutivos e onde cada pessoa pudesse fazer a sua escolha informada, livre de qualquer coação, sobre a sua fertilidade.
É importante porque é uma questão de direitos humanos e de igualdade de género. Só sociedades que conhecem as suas tendências demográficas e adotam políticas baseadas em igualdade de género e direitos humanos são capazes de prosperar, enquadrando os direitos da sua população e garantindo resiliência às transições que vão sempre acontecer.
É possível de implementar porque é inevitável e é urgente. E também, tendo em conta os desafios que as sociedades estão a enfrentar, estes só podem ser resolvidos com políticas que permitam flexibilidade nas respostas. Só um Estado que consiga usar os seus dados demográficos, que são confiáveis, para poder renegociar e atualizar constantemente o contrato social é capaz de dar resposta às ansiedades da sua população, ao mesmo tempo que prepara um projeto de desenvolvimento a longo prazo. É inevitável, portanto.
Somos hoje oito mil milhões de pessoas. Oito mil milhões de oportunidades. Somos a maior família humana de que há memória. Isto significa que temos razão para celebrar, porque vivemos mais, temos vidas mais longas, mas significa também que a aposta tem de ser feita hoje na resiliência demográfica, na garantia de direitos para todos. Não podemos perder esta oportunidade de transformar as nossas sociedades em sociedades prósperas, de direitos humanos e baseadas em igualdade de género. Hoje é o momento.
Definitivamente, nós temos de perceber que a escola não pode roubar a infância às crianças. Quando compatibilizarmos a infância com tudo aquilo que a escola dá às crianças, nós seguramente vamos fazer uma escola muito melhor, com tudo aquilo que temos à nossa disposição (às vezes até com menos recursos…).
Acredito sinceramente que a escola do futuro é uma escola onde as crianças não serão crianças à pressa, um lugar onde as crianças poderão viver com a cabeça na lua e com os pés na terra. E onde possam perceber que o melhor do mundo é o futuro.