Dezembro de 1972, missão Apollo 17. Esta foi a última vez que os humanos pisaram o solo da Lua. Mas podem não ser precisos muitos mais anos para que volte a acontecer: se as previsões da SpaceX e da NASA estiverem certas, então é “já” em 2024.
«A SpaceX e a Blue Origin são capazes de construir foguetões de forma rápida, testá-los e reutilizá-los», disse Chantelle Baier, fundadora da empresa 4Space e membro da Sociedade Espacial dos EUA. E esta simplificação do processo de construir veículos espaciais ajuda não só a baixar os custos associados, como também permite democratizar as idas ao espaço.
«Foi necessário a entrada das empresas privadas para pensar noutras soluções», explicou Alan Boehme, diretor de tecnologia da empresa Procter and Gamble (P&G). «As tecnologias estiveram fechadas nas agências espaciais durante muito tempo e agora com as empresas privadas estão a abrir-se mais», acrescentou.
Com tanta “facilidade” em ir ao espaço, é preciso pensar no próximo passo. «Precisamos que todas as empresas pensem no espaço e em como é que os produtos lá podem funcionar», desafiou Chantelle Baier. «Há décadas que não vamos à Lua. Agora temos três grandes multimilionários a investirem no espaço. O espaço é sexy outra vez».
Alan Boehme concordou e disse que este é o «timing certo» para apostar no desenvolvimento de novos produtos, pois ainda estamos na «fase de exploração» – o que permite o aparecimento de uma geração de “empreendedores extraterrestres”. A própria P&G, há vários anos, já criou pasta de dentes e espuma de barbear próprios para usar no espaço: o que durante muito tempo pareceu uma aposta “louca” da empresa, agora pode dar-lhe uma vantagem grande sobre a concorrência.
«E a Lua vai ser um entreposto até Marte, só está a alguns anos de distância», disse o porta-voz da P&G.