A sala estava cheia – o que não é muito invulgar para uma conferência da Web Summit. No entanto, havia um pormenor diferenciador no palco: um chefe de cozinha que prometia um prato único. O teaser serviu para manter a atenção da plateia onde silêncio era cortado pelas respostas de Kaimana Chee e de Josh Tetrick. Ambos explicavam a tecnologia que está na base da JUST, a empresa que produz carne em laboratório.
«Queremos ter a confiança das pessoas. E não temos problema nenhum em que visitem as nossas instalações. Tenho a certeza que vão gostar mais do que vão ver lá… do que aquilo que encontram num matadouro ou numa exploração pecuária», respondia Josh Tetrick quando lhe perguntaram se as pessoas não vão ter medo de comer carne criada em laboratório. «Não há outra hipótese: o planeta não tem recursos para continuar a produzir carne nas quantidades atuais ou naquelas que vão ser necessárias para alimentar uma população mundial que não vai parar de crescer. Temos a tecnologia para produzir carne e marisco que é 10 vezes mais eficiente do que o maior e mais eficiente matadouro existente», reforçou o CEO da empresa que vai lançar até ao final deste ano carne de frango que é produzida em laboratório.
Todo o processo é baseado na criação de células em laboratório que são alimentadas por nutrientes provenientes de plantas. A empresa garante que não são usados quaisquer produtos animais ou antibióticos na produção deste tipo de carne. «Todos os estudos que fizemos até agora mostram que esta prática consume menos recursos. Ou seja, menos utilização de água, terra, energia. Também emitimos menos gases tóxicos para a atmosfera.
A sessão na Web Summit terminou com o chefe havaiano a grelhar uns quadrados de “frango” e a dá-los a provar ao moderador do painel. Não, infelizmente não conseguimos provar o repasto.
Pode ficar a saber mais sobre a JUST no site oficial da empresa que tem um vídeo muito interessante de abertura.