A palavra Fintech vem da junção das expressões “Fin”, de Financial, e “Tech”, de Technology, essencialmente empresas de tecnologia focadas em suprir necessidades de cariz financeiro. Desde a fase de startup, estas empresas têm o potencial de revolucionar a forma como nos relacionamos com o dinheiro e estão a tornar a boa gestão financeira algo cada vez mais popular pela grande capacidade de simplificar e dinamizar operações que há alguns anos demoravam dias de trabalho a serem executadas.
São inúmeros os exemplos de soluções que cada dia conquistam mais adeptos. Os bancos e cartões de crédito totalmente digitais trouxeram, por exemplo, um fim à experiência desgastante de interrompermos o nosso dia-a-dia para nos deslocarmos ao balcão do banco convencional (em horários limitados) e esperarmos na fila. Estas soluções digitais tornam as transações financeiras mais rápidas, o controlo financeiro muito mais transparente e, como consequência, impulsionam a rapidez de mudança na economia e capacidade de evoluir das pessoas e empresas. A quantidade de soluções baseadas em criptomoedas não para de aumentar. A valorização destes ativos também atinge máximos históricos e atrai a atenção de alguns adeptos, como o bilionário inovador Elon Musk – “Acho que a bitcoin está à beira de obter uma ampla aceitação por pessoas das finanças tradicionais”.
Em Portugal, a Sociedade Interbancária de Serviços, SIBS, é um dos maiores agentes de inovação na área financeira com a introdução de várias soluções à frente do seu tempo, tais como o pagamento automático de portagens pela Via Verde, o pagamento de serviços nas caixas Multibanco, serviços facilitadores de pagamento como MB Net e mais recentemente, MB Way. Sempre que utiliza um cartão de crédito virtual pelo MB Net, transfere dinheiro via smartphone com o MB Way, ou paga a conta da luz numa caixa automático, está a utilizar sistemas de uma Fintech. Neste caso, apesar de a SIBS não ser uma startup é uma das empresas de Fintech mais antigas de Portugal com cerca de 30 anos. No entanto, também temos uma nova geração de startups Fintech de sucesso a surgir no país.
A MagniFinance por exemplo, foi eleita a melhor startup Fintech em Portugal. O título veio através de dois importantes analistas do mercado financeiro: Chris Skinner autor dos livros bestsellers Digital Bank, ValueWeb, Digital Human e do blog “The Finanser”, e Taylor Ryan, CMO da “Valuer” que, em julho de 2019, publicaram uma lista com as melhores empresas Fintech da Europa. Trata-se de uma plataforma online que permite a qualquer pessoa fazer a gestão financeira da sua empresa em apenas 5 minutos diários. A plataforma permite emitir faturas eletrónicas certificadas, registar despesas com apenas o envio de uma fotografia e reconciliar automaticamente os documentos com movimentos bancários de forma simplificada. Com mais de 9600 utilizadores e clientes como a Uber, Bird, Zaask, SGS, LandingJobs, a MagniFinance é um dos bons exemplos do sucesso das startups Fintech portuguesas.
O surgimento de empresas Fintech como a MagniFinance voltadas para soluções empresariais é uma grande ajuda para as PMEs portuguesas. Os gestores conseguem reduzir o tempo investido na gestão financeira ao facilitarem tarefas que, de outra forma, demorariam horas a executar manualmente em folhas de Excel. Hoje, a aceleração da economia obriga ao aumento contínuo da competitividade, não só para poupança de tempo, mas até para a simples sobrevivência das empresas. A utilização de soluções inovadoras no campo das finanças é uma das maiores alavancas ao dispor do gestor. O mercado das empresas Fintech parece ter sido pouco abalado pela pandemia. A perceção é de que o distanciamento social, forçado pela pandemia, fomentou a disrupção e a adoção de soluções mais modernas que, por um lado, não necessitem de contacto físico e, por outro lado, tragam um aumento de eficiência e capacidade produtiva. A necessidade urgente das empresas de reduzirem custos e competirem a uma escala maior, garante um ambiente promissor para a continuidade do crescimento do mercado das Fintech, que fornecem soluções que permitem às empresas melhorarem os processos, reduzirem o tempo e o custo das operações e obterem financiamento. A tendência é que este segmento continue a crescer com as medidas de distanciamento social.