A tendência é global. O fabrico aditivo é um dos pilares da Indústria 4.0 e está a alterar a lógica dos processos industriais ao transformar o modo como os produtos são fabricados, com ganhos económicos, de eficácia e de sustentabilidade.
Também conhecido genericamente como impressão 3D, o Fabrico Aditivo (FA) assume hoje uma importância indiscutível para o futuro de vários setores da industria: saúde, energia, automóvel, moldes, arquitetura, aeronáutica, tecnologias da informação e comunicação ou mesmo arte, sendo cada vez mais comum o uso de impressoras 3D na produção de diversos produtos, com os mais variados materiais (plástico, resina, cerâmica ou metal) e com ganhos evidentes: redução de resíduos e eficiência de custos, com maior qualidade e produtividade.
Por exemplo, no sector dos ‘moldes’, em que Portugal é altamente competitivo e forte, a impressão 3D vai revolucionar por completo toda esta fileira na medida em que muitos dos componentes que hoje em dia são feitos com moldes e injeção, passarão a ser literalmente ‘impressos’ diretamente nas linhas de produção do cliente final.
Estas tecnologias permitem um grande processamento de materiais e a produção de peças com uma complexidade geométrica de outra forma impossíveis de fazer, resultando em poupança de energia, já que utilizam quase só o material necessário para produzir a peça.
O número de países a explorar esta tecnologia tem crescido nos últimos anos. A adoção do Fabrico Aditivo está a evoluir rapidamente, sendo agora incluído nas competências base nacionais de diversos países. Nos EUA, por exemplo, o fabrico em 3D é um assunto de prioridade nacional, esperando-se fortes investimentos neste campo. Os países Asiáticos também estão a desempenhar um papel importante no desenvolvimento do FA: cerca de 30% do total dos sistemas industriais estão instalados na região Ásia-Pacífico. Por seu lado na Europa, a utilização do FA com pós metálicos é um novo domínio industrial em crescimento. Ao nível da I&D a aposta tende a ser grande nas aplicações para os setores da saúde e aeroespacial.
A nível global, o mercado do FA em 2019 já valia mais de 10 mil milhões de dólares, segundo o relatório da SmartTechAnalysis e a tendência será de crescimento, especialmente ao nível dos serviços e da criação de novos empregos.
O que a atual Pandemia veio comprovar é que muitas vezes este tipo de fenómenos servem de acelerador para a transformação ainda mais rápida de todo um conjunto de sectores e de fileiras industriais que de outra forma demorariam muito mais tempo. Ou seja, quase por ironia, poderíamos dizer que a ‘pandemia’ é ‘amiga’ do desenvolvimento tecnológico pois incita nos investigadores, nas indústrias, nos empresários e mesmo na sociedade a alteração de comportamentos e no recentrar de prioridades.