O novo modelo de Inteligência Artificial (IA) da OpenAI consegue raciocinar e resolver problemas mais complexos do que o GPT-4o, elevando a fasquia daquilo que os assistentes digitais, que têm por base a tecnologia de grandes modelos de linguagem (LLM), conseguem fazer.
“Semelhante à forma como um ser humano pensa durante algum tempo antes de responder a uma pergunta difícil, o o1 utiliza uma cadeia de raciocínio ao tentar resolver um problema. Através da aprendizagem por reforço [reinforcement learning], o o1 aprende a aperfeiçoar a sua cadeia de raciocínio e a refinar as estratégias que utiliza. Aprende a reconhecer e corrigir os seus erros. Aprende a decompor passos complexos em passos mais simples. Aprende a tentar uma abordagem diferente quando a atual não está a funcionar”, explica a OpenAI sobre o novo modelo, numa publicação feita no site oficial da startup.
De acordo com a empresa, o modelo o1 conseguiu um desempenho semelhante ao de alunos de doutoramento a lidar com tarefas complexas, mostrando ser capaz de seguir um processo de raciocínio refinado e replicar a forma como os alunos pensavam. A performance em campos como a Física, Química ou Biologia foi considerada excelente e o sistema promete também melhorias significativas em questões relacionadas com matemática e programação.
Os investigadores treinaram o modelo para reconhecer quando está errado e melhorar as suas respostas depois, dando-lhe uma vantagem no que toca a tarefas analíticas. Esta forma de pensar é equivalente a uma abordagem de múltiplos passos a um determinado problema, num processo deliberativo diferente do que é seguido pelos modelos antecessores.
No entanto, o OpenAI o1 não consegue, por exemplo, navegar na web, carregar ficheiros ou processar imagens como o GPT-4o, mas porque esse não é o fim para o qual deve ser usado. Outra limitação é que não tem o suporte de interfaces de programação (API) para várias funcionalidades, como uso de ferramentas, chamar funções, fazer streaming ou ter um sistema de mensagens personalizados. Como refere o Tom’s Guide, o o1 é incomparável no raciocínio, mas para já não é um substituto à altura do GPT-4o no que toca a usabilidade no mundo real.
Nesta fase, o o1 está disponível para os utilizadores dos ChatGPT Plus e Team e a OpenAI disponibiliza ainda um o1 mini, para quem está mais focado em obter respostas rápidas do modelo para Matemática e Ciência, ou seja, destinado a alunos e profissionais destes setores. Na próxima semana, o modelo chega aos utilizadores Enterprise e Education.