É uma mudança subtil, mas que está a ser considerada relevante, pois representa uma mudança de atitude de imposição e promoção de uma ferramenta própria, para passar a respeitar aquela que é a verdadeira escolha dos utilizadores. Em breve, o Windows 11 vai deixar de forçar a abertura de hiperligações em ferramentas específicas do sistema operativo no navegador Microsoft Edge.
Vamos a um exemplo. Sempre que carrega em artigos de ajuda em aplicações do Windows, como nas definições e aplicações do sistema operativo, ou em artigos que surgem no widget da empresa (aquele que mostra artigos do portal MSN), essas hiperligações são abertas, por definição, no Microsoft Edge, o navegador de internet da tecnológica que vem pré-instalado no sistema operativo. E isto acontece mesmo que os utilizadores já tenham definido outro browser – como o Google Chrome, o Mozilla Firefox ou o Opera – como o navegador padrão (portanto, aquele que deve ser usado em todas as ocasiões) da sua preferência.
Esta decisão da Microsoft levou mesmo à criação de ferramentas que permitissem contornar esta questão, como o EdgeDeflector, para que os utilizadores pudessem usar o browser da sua escolha em todas as situações.
Agora, na mais recente versão de testes do Windows 11 (Insider Preview Build 23531), a Microsoft anunciou que “no Espaço Económico Europeu (EEE), os componentes do sistema Windows vão usar o browser pré-definido para abrir hiperligações”. Isto significa que a Microsoft vai deixar de ‘impingir’ o Edge nos países da União Europeia, grupo no qual se inclui Portugal, e ainda na Irlanda, Liechtenstein e Noruega.
Por estar ainda em testes, esta é uma funcionalidade que poderá demorar algumas semanas ou alguns meses até ser implementada nas versões finais do sistema operativo que estão instaladas nos computadores dos utilizadores. Segundo a publicação Bleeping Computer, a Microsoft também vai passar a respeitar a escolha dos utilizadores relativamente ao browser no sistema operativo Windows 10.
Questionada sobre se iria alargar esta nova implementação a mais países além dos do EEE, um representante da Microsoft disse apenas que “de momento a empresa não tem mais a acrescentar além da publicação feita”.