“Aumentar a produtividade e inspirar criatividade” foi uma das primeiras frases que ouvimos da boca dos responsáveis da Microsoft durante a apresentação do novo Windows, que deverá chegar ao mercado mais para o final do ano e que funcionará como atualização gratuita para quem já usa o Windows 10. Ideias que, em conjugação com a conectividade e os jogos, estão no centro do Windows 11. Esta foi a garantia dada pela Microsoft.
E há novidades importantes. Começando pela conectividade entre pessoas, cuja importância foi reforçada duranta a pandemia, há uma mudança de fundo: o Teams passa a estar integrado no sistema operativo. Não ficou claro se esta será uma versão mais ‘leve’ do Teams normalmente usado pelas empresas, mas está garantido que o Windows 11 virá de raiz com uma poderosa ferramenta de comunicações e colaboração. E também está assegurado que será um novo Teams, que vai estar acessível diretamente a partir da barra de tarefas.
Botão Iniciar muda-se para o centro
No que à interface diz respeito, a grande novidade é a barra de tarefas centrada, incluindo o botão Iniciar. Uma alteração importante, já que os utilizadores estão habituados ao botão Iniciar na esquerda desde o Windows 95. Atenção que os utilizadores vão poder optar pelo aspeto tradicional se assim preferirem, mas a barra centrada, com os ícones para as aplicações mais utilizadas, dá ao Windows um aspeto mais próximo do Mac OS. Colocar a barra de tarefas faz sentido numa época em que os ecrãs são cada vez maiores e este formato adapta-se melhor à utilização do Windows em modo tátil, como acontece em tablets. E, por falar em tablets, foram feitas melhorias como zonas de controlo maiores para, por exemplo, facilitar o redimensionamento de janelas ou a seleção de itens dentro de menus. Há, também, um teclado virtual novo, que aparece na parte inferior do ecrã e ao centro para facilitar o teclar apenas com os polegares enquanto se segura no tablet – de modo similar ao que habitualmente fazemos com smartphones.

Outra novidade são os “snap groups”, uma forma de agregar diferentes apps a partir do mesmo ‘atalho’ na barra de ferramentas. Há, também, suporte para widgets web para apresentar de forma rápida informação útil, como notícias ou previsões meteorológicas. Neste aspeto, a Microsoft prometeu que o sistema vai ser mais interessante para criadores de conteúdos, sejam eles grandes ou pequenos.
0% de comissão na loja de apps
A loja de aplicações (Microsoft Store) foi totalmente remodelada. O design é, agora, mais minimalista e os programadores até podem optar por usar outras plataformas de comércio eletrónico que não a da Microsoft. O que liberta os produtores de partilharem receitas com a Microsoft quando vendem aplicações. De outro modo, será possível apresentar aplicações na Microsoft Store que não são, na realidade, vendidas através da plataforma da Microsoft. Uma opção que, aparentemente, dá maior liberdade aos produtores no que diz respeito ao método de venda das aplicações e conteúdos. E que poderá evitar processos contra a Microsoft no futuro.

Apps Android no Windows
Tudo indica que a Microsoft desistiu de tentar desenvolver uma versão do Windows para smartphones. A política da empresa tem sido suportar o Android. O que cria um problema de competitividade para o Windows numa altura em que o MacOS da Apple já é capaz de correr apps criadas para iOS. A solução da Microsoft passa por ‘adotar’ o Android. Isto porque o Windows 11 vai ser capaz de correr apps para Android, que até vão poder ser encontradas na Microsoft Store, apesar de, na verdade, serem descarregadas a partir da Amazon Appstore – um exemplo do que já foi referido, a capacidade da Microsoft Store comunicar e integrar com outras plataformas de comércio eletrónico. E a Microsoft dá exemplos desta integração “gravar e publicar um vídeo do TikTok, ou utilizar Khan Academy Kids para aprendizagem virtual diretamente a partir do seu PC”.
Jogos: uma aposta cada vez mais forte
Os jogos representam uma área onde o PC sempre levou vantagem sobre o Mac. E a Microsoft não está disposta a perder terreno neste gigantesco negócio. Como, aliás, tem sido evidente com a integração da marca Xbox no Windows. Uma ligação que tenderá a aprofundar-se.
Uma das novidades mais importantes é o Auto HDR, semelhante ao já existente para Xbox X e S. Este modo vai permitir a aplicação automática de cores e contraste dinâmicos a jogos antigos, sem HDR de origem. Serão mais de 1000 os jogos que vão ser melhorados.
Outra novidade será a aceleração dos tempos de arranque dos jogos através da tecnologia Direct Storage, outra técnica que nasceu na Xbox. Este é um sistema que, como o nome indica, permite aos jogos comunicarem diretamente com as unidades de armazenamento, sem terem de ‘passar’ pelo sistema operativo. A Microsoft garante que o ganho de velocidade permitido por este sistema será muito evidente.