É uma posição política e em nome do ecossistema: a Google fez saber que, de ora em diante, vai recusar-se a fornecer através dos serviços de Cloud algoritmos de Inteligência Artificial que facilitem a extração de jazidas de petróleo ou gás. A decisão, que terá como principais objetivos a sensibilização e a imagem de marca, foi tomada na sequência de um relatório da associação ecologista Greenpeace, que aponta o dedo à Google, Amazon, e Microsoft no que toca à partilha de ferramentas que facilitam os negócios das marcas petrolíferas.
Em comunicado oficial a Google fez saber que vai deixar de “produzir algoritmos de Inteligência Artificial / Aprendizagem Máquina (AI/ML nas siglas em inglês) que facilitam a extração da indústria de petróleo e gás”.
A Google já tratou de relativizar a importância que a indústria petrolífera nos negócios de Cloud (que não deverão superar mais de um por cento das receitas da Google Cloud), mas entre os ativistas que lutam pela redução das emissões poluentes, a posição assumida pela Google é encarada como uma vitória.
O relatório da Greenpeace recorda que a extração das jazidas que já são conhecidas pode ser suficiente para gerar os gases poluentes suficientes para um aumento de dois graus centígrados na temperatura média do planeta.
Ainda no relatório, a Greenpeace lembra que os serviços de Cloud da Amazon, Google e Microsoft têm vindo a disponibilizar ferramentas que facilitam as operações das grandes petrolíferas – contrariando indiretamente os projetos internos que pretendem tornar os centros de dados neutros do ponto de vista das emissões de dióxido de carbono durante a próxima década, noticia o Ars Technica.
Coincidência ou não as três tecnológicas visadas pela Greenpeace apresentam deixaram de usar denominações que mencionam especificamente serviços relacionados com o petróleo e o gás e passaram a usar termos mais abrangentes relacionados com a indústria da energia.