A Google lançou uma base de dados com milhares de vídeos com o objetivo de ajudar no desenvolvimento de ferramentas que ajudem a identificar de forma eficaz os deepfakes – manipulações, feitas através de algoritmos de inteligência artificial, em vídeos. A iniciativa está a ser feita em parceria com a Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, e a Universidade Federico II de Nápoles, em Itália.
A base de dados da Google é constituída por vídeos “verdadeiros” – sem qualquer manipulação – e vídeos deepfake – já alterados.
«Desde o aparecimento [dos deepfakes] no final de 2017, surgiram muitos métodos de código aberto de geração de deepfakes, o que levou a um número crescente de clipes multimédia sintetizados. Apesar de muitos terem um objetivo humorístico, outros podem prejudicar as pessoas e a sociedade», escreve a Google num comunicado assinado por Nick Dufour e Andrew Gully.
E quem são as pessoas que aparecem nos vídeos deepfakes da Google? Segundo a tecnológica, atores que foram pagos – e consentiram – para construção desta base de dados. A Google usou depois ferramentas de criação de deepfakes disponíveis de forma pública e gerou vídeos falsos, vídeos estes que agora vão servir de base ao desenvolvimento de sistemas de deteção de deepfakes.
Num vídeo no YouTube, a tecnológica partilhou o seguinte exemplo. Consegue perceber quais as caras falsas?
Só existem duas caras reais na imagem: a primeira e a última (considerando uma contagem da esquerda para a direita com a linha de cima em primeiro lugar).
«Como esta área está a mover-se de forma rápida, vamos aumentar a base de dados à medida que a tecnologia de deepfake evolui no tempo e vamos continuar a trabalhar com parceiros neste espaço», explica ainda a gigante norte-americana.
Os interessados em aceder à base de dados da Google podem fazê-lo através deste repositório online –, será necessário efetuar uma candidatura e esperar que a mesma seja validada pela tecnológica.