Em 2020, o Departamento de Justiça acusou a Google de manter um monopólio de 90% no mercado de pesquisas online e de 95% nos smartphones. Agora, o juiz federal Amit Mehta deu-lhe razão, considerando que “o tribunal chegou à seguinte conclusão: a Google é monopolista e agiu como tal para manter o seu monopólio”.
Com esta decisão, o caso poderá ser sujeito a um segundo julgamento para determinar quais as medidas de mitigação, como, por exemplo, dividir a empresa ou exigir que a Alphabet, a dona da Google, deixe de pagar milhares de milhões de dólares aos fabricantes de smartphones para tornarem o Google o motor de pesquisa de eleição nos telefones. O processo deverá ser demorado e pode nem estar concluído em 2025.
As ações da Alphabet desvalorizaram 4,3% na segunda-feira, seguindo uma tendência que se verificou em quase todo o mercado tecnológico. A empresa já fez saber que pretende apresentar um recurso sobre a decisão do tribunal.
O juiz considera que “a predefinição [do motor de busca, pelo qual a Google pagou 26,3 mil milhões de dólares em 2021] é um bem extremamente valioso. Mesmo que um novo concorrente se apresentasse bem de um ponto de vista de qualidade para desafiar a predefinição, só poderia concorrer se estivesse preparado para pagar milhares de milhões de dólares em receitas aos parceiros e os compensasse de quaisquer perdas de receitas provenientes da mudança”, cita a Reuters.
Este é um dos casos que as autoridades políticas norte-americanas apresentaram contra várias grandes tecnológicas e esta é a sua primeira vitória nos tribunais. O caso, movido ainda durante a administração Trump, foi apreciado entre setembro e novembro. Nos últimos quatro anos, Meta, Amazon e Apple também caíram nas ‘malhas’ deste tipo de processos, onde são acusadas de manter monopólios ilegalmente nos seus setores de atividade.