Um som de 30 segundos de chuva a cair valia, até agora, tanto como uma música original de um artista no Spotify, criando assim uma “oportunidade de receita para quem carregava estes sons” para a plataforma. Agora, vai entrar em funcionamento um novo sistema de royalties, onde estes sons naturais ou ruído branco vão ter de ter, no mínimo, dois minutos de duração e serão pagos a uma fração do valor das faixas musicais.
“Não pode acontecer que um stream de Ed Sheeran valha exatamente o mesmo que um stream de chuva a cair no telhado”, contestava Robert Kync, CEO da Warner Music Group, dando voz à indústria da música nesta questão, na segunda-feira.
Até agora, os criadores destes sons funcionais beneficiavam de conseguir obter um máximo de receitas com um mínimo de esforço. As royalties de streaming são pagas, em parte, com base no número de vezes que a faixa é reproduzida e quem ouve este tipo de sons geralmente fá-lo durante períodos prolongados de tempo, multiplicando as taxas que o uploader recebe. Embora o valor a pagar pelos sons funcionais não tenha sido revelado, a Billboard estima que seja de um quinto do valor de uma música.
Marina Guz, responsável comercial da Endel, uma empresa especializada em música funcional por IA e associada ao Universal Music Group, conta que “há uma discussão em curso este ano sobre o valor da música e como qualquer coisa como colocar ruído branco é diferente de pagar a um artista que passou um ano em estúdio a fazer um álbum, com instrumentos e mais pessoas”, cita a CNN.
A Spotify quer também atuar de forma mais musculada quando detetar streaming artificial flagrante, ou seja, quando identificar que as contagens de streams estão a ser aumentadas fraudulentamente, nomeadamente com recurso a bots.
As mudanças no sistema de royalties entram em vigor a partir do próximo ano