Os portugueses querem desligar. Esta parece ser uma das conclusões do estudo anual da Deloitte, Digital Consumer Trends, que analisa os hábitos de utilização de produtos e serviços digitais pelos consumidores. Os resultados da edição de 2022 foram agora divulgadas e parecem apontar para um abrandamento na vontade de estar ligado, nota Francisco Cal, Associate Partner da Deloitte, “estamos a atingir um plateau na utilização dos dispositivos: depois do crescimento acentuado no período da pandemia, a adoção de novos dispositivos abrandou. Poderíamos argumentar que isso se deve ao facto da maioria dos portugueses já terem telemóveis ou acesso a portáteis, mas a verdade é que a sua utilização caiu.”
De facto, já não há muita margem para crescer, tendo em conta que 94% dos portugueses entre os 18 e os 65 anos têm um smartphone, enquanto 87% têm acesso a um computador portátil. Metade preferia passar menos tempo em frente aos ecrãs, sobretudo as pessoas na faixa etária entre os 18 e os 44 anos. Apesar de este desejo expresso, parece ser difícil resistir à tentação. Por conta dos dispositivos, 52% dos inquiridos admitiu ficar acordado até mais tarde e 63% agarra no smartphone assim que acorda.
Para este estudo, a Deloitte inquiriu 36 mil consumidores – mil das quais são portugueses – , de 21 países, quatro continentes. Outro dos dados curiosos, está relacionado com o uso de smartphones ou wearables para monitorizar a atividade física e aí a taxa de utilização está nos 72 por cento, sendo a contagem de passos o mais popular, seguido da frequência cardíaca – 56 e 40 por cento, respetivamente.
Só no capítulo 5G, os dados são de outra categoria. Apenas 16% dos portugueses inquiridos disse utilizar com regularidade, sendo que 34% destes admitiu, no entanto, não conseguir distinguir o 5G da rede 4G.