Durante meses, a publicação norte-americana CNet recorreu a um algoritmo de Inteligência Artificial para escrever artigos que depois publicou em diferentes plataformas, sem fazer qualquer referência formal a tal iniciativa. De acordo com a publicação Futurism, a primeira a revelar o caso, o meio de comunicação começou agora a reconhecer que há bastantes erros nas notícias feitas pela ferramenta de IA e avançou entretanto para a atualização dos artigos com as respetivas correções.
Dos 77 artigos escritos desta forma, 44 apresentavam erros ou incorreções. O The Verge noticia que alguns artigos começaram a aparecer agora com referências como “Substituímos frases que não eram inteiramente originais”, o que indicia também que o algoritmo terá plagiado algumas expressões. Noutros artigos aparece a menção “estamos a rever esta história. Se detetarmos erros, iremos atualizar e publicar as correções”.
Segundo algumas reportagens, o uso desta ferramenta já data de alguns meses e nem os próprios funcionários da CNet sabiam quais notícias tinham sido escritas por uma máquina ou por um colega humano. O objetivo da iniciativa era escrever artigos de forma otimizada para os motores de busca do Google, com palavras-chave que tiram o máximo partido das técnicas de SEO (search engine optimization) e permitam aos anunciantes um maior retorno.
Agora, os executivos da CNet confirmaram que o uso da ferramenta está temporariamente em pausa, mas a editora Connie Gugliemo confirma que é expectável “que a CNet continue a explorar e a testar formas como a IA pode ser usada para ajudar as nossas equipas no seu trabalho de testar, investigar e escrever os artigos imparciais e baseados em factos pelos quais somos conhecidos”.