A MindGeek, empresa que detém o Pornhub e outras páginas semelhantes, viu-se obrigada a remover quase 80% dos conteúdos, cerca de dez milhões de vídeos não verificados, depois de um artigo do New York Times ter denunciado a existência de conteúdo pornográfico com menores naquelas plataformas. Na sequência da publicação do artigo, a Visa anunciou que suspendia temporariamente todos os negócios com as páginas da MindGeek algo que, nas palavras de um funcionário da MindGeek, era o maior medo da plataforma. Depois da remoção, a Visa parece acreditar que o problema está resolvido e retoma as operações. Uma queixa agora, proveniente de 35 vítimas menores, acusa a Visa de se ter tornado co-conspiradora com toda a situação de tráfego sexual de menores nos sites da MindGeek e um juiz deu-lhes razão.
Cormac Carney, do Tribunal Distrital da Califórnia, defende que há razões para acreditar que a Visa sabia que os pagamentos que estava a processar estavam a permitir à Mindgeek monetizar “uma quantidade substancial de pornografia infantil”. O juiz pretende uma audiência sobre o envolvimento da Visa e quer descobrir se há mais evidências que liguem a empresa a estas práticas da MindGeek, aumentando o prazo para o processo judicial até 30 de dezembro deste ano. Carney escreve mesmo que “o tribunal pode inferir confortavelmente que a Visa pretendeu ajudar a MindGeek a monetizar a pornografia infantil”, cita o ArsTechnica. A Visa apresentou moções para remover algumas das alegações e conseguiu ser ilibada para já de ter participado deliberadamente no tráfico de menores para fins sexuais, mas continua a ter de lidar com a queixa de que conspirou com a Mindgeek para beneficiar financeiramente de uma iniciativa de tráfico sexual de menores.
Um porta-voz da Visa já reagiu dizendo a esta situação dizendo que “a Visa condena veementemente o tráfico sexual, a exploração sexual e os materiais de abusos sexuais a menores, conceitos que são repugnantes para os nossos valores e propósitos enquanto empresa. Esta audiência pré-julgamento é desapontante e não caracteriza o papel da Visa, nem as suas políticas e práticas”.
Já Lauren Tabaksblat, advogada das vítimas, argumenta que esta decisão do juiz é importante pois “traz as empresas de cartões de crédito para a batalha”. A advogada pretende que as audiências permitam descobrir um pouco mais sobre as operações financeiras da Visa e da MindGeek para depois se decidir se se avança com mais queixas relacionadas.