O acesso dos mais novos às redes sociais tem gerado alguma polémica nos últimos anos. A plataforma social Instagram, pertencente ao antigo Facebook agora conhecido por Meta, está a ser investigada em nove estados dos Estados Unidos da América pela promoção feita a um “Instagram para crianças” que, entretanto, viu o seu plano de criação suspenso.
Um grupo de procuradores-gerais dos Estados Unidos da América abriu uma investigação sobre a ideia de a plataforma criar um Instagram, exclusivamente, para crianças e jovens, quando a sua política original é a proibição do acesso a crianças com idades inferiores a 13 anos e quando sabem dos riscos para a saúde destas. A decorrer nos estados de Nebraska, Massachusetts, Califórnia, Flórida, Kentuchy, Tennessee, Vermont, Nova Iorque e Nova Jersey, a investigação pretende concluir se a empresa violou as leis de proteção do consumidor e colocou os jovens em risco, analisando a forma como o uso da plataforma por este público aumentou e quais as consequências negativas que teve.
A procuradora-geral de Massachusetts, Maura Healey, disse em comunicado à publicação Reuters que a Meta “optou por ignorar ou, em alguns casos, multiplicar as manipulações conhecidas que representam uma ameaça real à saúde física e mental” e “explorar crianças em prol do lucro”. Por seu lado, o porta-voz da empresa discordou, também em comunicado, e afirmou que as acusações são falsas e que lideram “a indústria no combate ao bullying e no apoio a pessoas que lutam contra pensamentos suicidas, automutilação e distúrbios alimentares”, acrescentando que continuam a desenvolver ferramentas de controlo e supervisão para os pais das crianças.
Em setembro foi anunciado que o plano de avançar com a plataforma estava suspenso, depois de uma reportagem do Wall Street Journal ter revelado que a empresa sabia que o Instagram poderia ter efeitos prejudiciais à saúde mental dos adolescentes e de mais de 40 procuradores dos diversos estados do país se terem oposto ao projeto.