O grupo SumOfUs divulgou uma análise que fez de publicações e conteúdos do Instagram, concluindo que a rede social continua a ser um veículo de promoção de serviços duvidosos, tratamentos de aclaramento da pele que não funcionam, dietas e outros métodos de emagrecimento falsos. Apesar de o Instagram ter banido algumas das hashtags mais óbvias, o estudo conclui que estes promotores conseguem fazer passar a sua mensagem com outras palavras-chave que chegam a ter dez milhões de publicações.
Uma primeira leitura evidenciou que numa amostra de 240 publicações ligadas a distúrbios alimentares, mais de metade promovia estes comportamentos e quase 90% publicitavam supressores de apetite que não têm resultados evidenciados, noticia o Motherboard. Os autores são corrosivos na conclusão de que “estas publicações mostram como o Instagram permite e encoraja os utilizadores a encetar conversas negativas, de danos autoinfligidos e dietas extremas”.
Das publicações analisadas destinadas a aclaramento de pele, os ativistas revelam que 80% sugerem tratamentos de eficácia duvidosa e mais de metade promovia o branqueamento diretamente.
“A plataforma monitoriza e aponta para alguns dos mais vulneráveis nas nossas sociedades – jovens e pessoas de cor – com conteúdo que promove insistentemente padrões de beleza ocidental pouco realistas e inatingíveis e oferece falsas soluções como cirurgias plásticas, branqueamento de pele e dietas extremas para desencadear problemas de imagem corporal e baixa autoestima”, apontam os investigadores.
A Facebook, dona do Instagram, já reagiu a este estudo dizendo que as “conclusões retiradas deste estudo são pouco precisas e baseadas numa amostra de tamanho limitado”. Um porta-voz salientou ainda que as políticas em vigor “proíbem conteúdo que promova ou glorifique distúrbios alimentares e bloqueiam as hashtags e conteúdos que o fazem”.
O relatório surge horas antes de a Facebook prestar declarações no Congresso dos EUA precisamente sobre as políticas que tem em curso para defender crianças e adolescentes de conteúdos prejudiciais na rede.