Elevados custos e falta de mão de obra são dois dos fatores que estão a propiciar uma situação de escassez de componentes na indústria dos semicondutores. Mais de metade das empresas que responderam a um inquérito da IPC preveem que o retorno à normalidade só deva acontecer na segunda metade de 2022.
Os dados do relatório mostram que 80% dos fabricantes assumem estar a ser muito mais difícil encontrar trabalhadores que possam ser formados para tratar de componentes bastante tóxicos na produção de semicondutores. A situação dos custos parece ser particularmente difícil na América do Norte e na Ásia e menos impactante na Europa. No entanto, a escassez de mão de obra sente-se menos na Ásia, com as fabricantes daquela região a registarem 42% de atrasos nas encomendas, enquanto na Europa (60%) e na América do Norte (65%), estes indicadores são mais elevados.
Os fabricantes estão a optar por dar formação aos trabalhadores existentes e por aumentar os salários para conseguir atrair mais talento para as linhas de produção. Outras estratégias, noticia o ArsTechnica, passam por dar mais oportunidades de formação e permitir horários flexíveis aos trabalhadores.
Outro fator apontado para a crise atual prende-se com o elevado custo dos materiais (90% dos inquiridos), sendo que os fabricantes estão a optar por cortar nas suas margens de lucro para conseguir fazer face às encomendas.
A indústria automóvel, com perdas previstas de 210 mil milhões este ano e uma produção de veículos 7,7 milhões de unidades abaixo do previsto, está entre as principais vítimas desta conjuntura.