O governo francês anunciou que as plataformas de streaming como Netflix ou Disney+ vão ser obrigadas a gastar 25% das receitas obtidas em território nacional na produção de conteúdos locais. Deste bolo total, 80% deve ser investido em criar espetáculos, episódios ou documentários franceses, enquanto os restantes 20% devem ser apostados em produção de filmes. Esta legislação resulta da transposição da diretiva europeia sobre os serviços audiovisuais e que pretende obter maior paridade entre as plataformas de streaming e as restantes emissoras e serviços.
Como incentivo às plataformas de streaming, o governo permite antecipar o lançamento de filmes que estiveram nas salas de cinema recentemente. Até agora, estes serviços só podem adicionar filmes às bibliotecas em França três anos depois da estreia nas salas de cinema. Se avançarem com estes investimentos, podem fazê-lo doze meses depois de terem estado nos cinemas, noticia o Engadget. A regra dos três anos em França é parte da razão pela qual as produções de filmes da Netflix não passam no Festival de Cannes.
A Netflix planeia reinvestir 20% das receitas francesas na produção de conteúdo local, revelam fontes próximas à Variety.
Esta diretiva europeia é resultado do trabalho de anos que a União Europeia tem vindo a encetar no sentido de assegurar que as plataformas de streaming apresentam uma proporção razoável de conteúdos locais. No Canadá, por exemplo, o governo tem tentado recategorizar estes serviços e essa alteração pode vir a obrigar à contribuição de milhões de dólares na realização de conteúdos nativos.