Só na aplicação da Revolut, há 100 mil portugueses que compram e vendem criptomoedas, revelou a tecnológica financeira nesta sexta-feira, num evento com a imprensa. E se em Portugal a Bitcoin já foi a criptomoeda dominante, os últimos tempos trouxeram uma mudança: dos que são donos de criptomoedas, 33% têm Bitcoin no seu balanço, 32% têm Ethereum, com os restantes 35% a serem distribuídos pelas mais de 20 moedas e tokens digitais disponíveis na Revolut.
“Estamos a posicionar-nos como a escolha segura para as criptomoedas, queremos reduzir o estigma que há relativamente às cripto”, explicou Edward Cooper, líder do segmento de criptomoedas da tecnológica, na apresentação.
Em Portugal, de 2019 até meados de 2021, o número de portugueses que negociam criptomoedas aumentou 160% na Revolut, revelou ainda a tecnológica de origem britânica. “As criptomoedas vão ser o próximo direito básico [dos cidadãos]. Imagina que tens uma superaplicação financeira e podes trocar dólares por euros, euros por ouro, ouro por criptomoedas, criptomoedas por ações da Tesla”, detalhou o executivo, sobre aquela que é a visão da empresa enquanto plataforma de serviços financeiros.
A Revolut tem vindo a adicionar novas moedas digitais ao seu portfólio – como a pouco consensual Dogecoin –, com a empresa a garantir que todas passam por um processo de verificação antes de entrarem em ‘circulação’ na plataforma. Por exemplo, se for uma moeda digital suscetível de sofrer um ataque de 51% (em que uma única entidade domina mais de 50% do poder de computação dessa rede), então não será listada para negociação. “Queremos fazer 10 vezes melhor, 10 vezes mais fácil e 10 vezes mais seguro do que os outros”, acrescentou Edward Cooper.
Questionado sobre que utilização fazem os portugueses das criptomoedas, o responsável da Revolut revelou que a maioria usa estes ativos digitais como reserva de valor (store of value), para depois poder negociar em função da flutuação dos valores. Segundo os dados globais apresentados, os utilizadores Revolut compram, em média, 209 euros de criptomoedas de cada vez e vendem a 309 euros. “As pessoas acumulam em tranches e depois vendem quando têm oportunidade de mercado”.
O envio de criptomoedas entre utilizadores – um dos grandes motivos pelos quais a Bitcoin foi criada em primeiro lugar – acaba por representar uma parte muito residual das utilizações, mas o responsável da Revolut assume um mea culpa: é uma funcionalidade que não está tão visível para os utilizadores, algo que a empresa pretende corrigir no futuro próximo.
E há mais uma novidade a caminho: a Revolut vai disponibilizar, “em breve”, o levantamento de criptomoedas no mercado português, para que os utilizadores possam mover os seus ativos digitais para outras carteiras, garantiu o responsável.