Depois de duas investigações jornalísticas (no Financial Times no ano passado e na revista Which? em fevereiro) as autoridades do Reino Unido anunciam que estão a investigar a atuação da Google e da Amazon no que toca a proteger os direitos dos consumidores e defendê-los de casos onde são publicadas reviews falsas online. O regulador, a Competition and Markets Authority (CMA), pretende saber se as empresas fizeram o suficiente para detetar e remover as reviews falseadas e, caso considere que não o fizeram, admite levar as duas a tribunal.
O trabalho da Which? mostra que há uma indústria bastante lucrativa montada em torno deste esquema e que é possível comprar reviews positivas em bloco com preços desde as cinco libras, de forma a aumentar a popularidade de produtos. Por outro lado, o Financial Times revelou que há utilizadores a serem pagos para deixarem milhares de reviews positivas nos produtos da Amazon.
As autoridades britânicas explicam que estão a trabalhar em conjunto com redes sociais como Facebook ou Instagram para deslindar todos estes processos.
“A nossa preocupação é que milhões de consumidores online possam estar a ser influenciados por estas reviews falsas e a gastar o seu dinheiro com base nestas recomendações. Da mesma forma, simplesmente não é justo que alguém possa falsear as suas avaliações com cinco estrelas, dando proeminência aos seus produtos e serviços, enquanto outros negócios legítimos não o conseguem fazer” afirmou Andrea Coscelli, diretor executivo da CMA.
A Amazon já reagiu em comunicado reafirmando que “para ajudar a ganhar a confiança dos consumidores, dedicamos recursos significativos para evitar que reviews falsas ou incentivadas apareçam na nossa loja (…) vamos continuar a colaborar com a CMA nas suas diligências e aguardamos pela confirmação de que não há evidências contra o nosso negócio”. Por sua vez, a Google afirma que “as nossas políticas rígidas afirmam claramente que as reviews têm de ser baseadas em experiências reais e, quando detetamos qualquer quebra nas nossas políticas, atuamos – desde a remoção do conteúdo até à desativação de contas”, reafirmando o compromisso também de continuar a colaborar com a CMA neste tema.