O CEO da Intel, Pat Gelsinger, partilhou o objetivo de construir uma fábrica de chips na Europa e anunciou a intenção de obter oito mil milhões de euros em fundos públicos para o conseguir. “O que estamos a pedir dos governos dos EUA e dos países europeus é que tornem competitivo construirmos aqui comparativamente à Ásia”, disse Gelsinger ao Politico Europe. A Intel corrigiu as declarações, afirmando que o executivo não tinha definido qualquer valor. O CEO encontrou-se já com o Comissário Europeu Thierry Breton na sexta-feira passada, depois de ter anunciado o plano de investir mais de 20 mil milhões de dólares na produção de chips nos EUA.
A intenção da Intel pode coincidir com os objetivos da Europa, que pretende reduzir a dependência da produção asiática, também como forma de estar mais bem posicionada para lidar com situações como a falta global de chips a que se assiste atualmente.
O Comissário Europeu reuniu-se, antes da Intel, também com responsáveis da TSMC, o líder do fabrico de chips, e com a Samsung. A presidente da TSMC Europe, Maria Marced, explica que a reunião serviu para relevar que “o nosso desejo de apoiar os nossos clientes de forma mais completa possível significa que estamos sempre disponíveis para abrir comunicações com governos e reguladores, onde quer que estejam”.
O Comissário Breton pretende ainda reunir-se esta semana com os CEOs de duas empresas holandesas deste setor, a ASML e a NXP. O objetivo, lembra o político, é “aumentar drasticamente a nossa capacidade de produção – através do fabrico propriamente dito e através de parcerias selecionadas que garantam a segurança da produção”, cita a Reuters.
Os analistas referem que a relativamente curta base tecnológica da Europa não qualifica o ‘velho’ continente como um local apetecível para a instalação de uma fábrica de topo. A Intel, dos Big Three, é a única que demonstrou interesse neste objetivo.
A empresa vai também investir 600 milhões em Israel para expandir a sua capacidade de Investigação e Desenvolvimento. Desse montante, 400 milhões destinam-se a transformar a unidade da Mobileye num campus de I&D para tecnologias de condução autónoma, enquanto os restantes 200 milhões servirão para construir um segundo centro, o IDC12 na cidade de Haifa.