O Tribunal Distrital da Califórnia do Norte está a avaliar um caso em que a Facebook é acusada de ter enganado conscientemente os anunciantes, fornecendo-lhes métricas enganadoras no que respeita ao alcance dos seus anúncios na plataforma durante anos. Os documentos que integram o processo incluem um email onde um funcionário revela que a empresa recebeu “receita que nunca devia ter recebido, dado o facto de que se baseia em dados errados”. De acordo com uma análise que acompanha também o processo judicial os problemas com a métrica acontecem em grande parte devido à existência de contas falsas e duplicadas.
A Facebook alegadamente sabia deste problema, que inflacionava o alcance potencial dos anúncios, mas optou por não corrigir o erro, induzindo os anunciantes em erro. O gestor de produto sugere, nos documentos internos, que a correção iria baixar os números, mas os supervisores rejeitam a ideia considerando que o “impacto na receita” seria “significativo”, noticia a CNN.
Um porta-voz da Facebook considera que os documentos estão a ser escolhidos a dedo para se encaixar na narrativa do queixoso e defende que a ferramenta de alcance potencial é uma ferramenta de planeamento de campanhas eficaz e que é oferecida aos anunciantes. “É uma estimativa e tornamos clara a forma como são feitos os cálculos na interface dos anúncios e no Centro de Ajuda”, argumenta Joe Osborne.
Os documentos internos mostram ainda que os anunciantes decidem a sua estratégia com base no alcance potencial e o montante a investir também é apurado depois de se saber quantas pessoas poderão ser alcançadas com o anúncio.
Este é mais um caso em que as métricas dos anúncios publicitários da Facebook são escrutinadas e sujeitas a controvérsia. Recorde-se que a publicidade é a fonte de receita mais importante para a empresa de Zuckerberg e que, só no último trimestre, ascendeu a 28 mil milhões de dólares.