“A nossa conclusão preliminar é de que as quebras foram bastante graves” considera a Autoridade de Proteção de Dados na Noruega, que planeia multar a Grindr em 9,6 milhões de euros. Em causa está a alegada venda de dados dos utilizadores, sem o seu consentimento. Um porta-voz da rede social destinada a lésbicas, gays, bissexuais e trans defende que foi obtido “o consentimento válido de todos” e que as suas práticas no que toca a privacidade são de “primeira classe”. Os responsáveis da rede social querem ainda entrar “em diálogo produtivo com a Autoridade de Proteção de Dados na Noruega”, cita a BBC.
O conjunto de dados vendidos aos anunciantes inclui localização, idade, género e informações que revelam a orientação sexual dos utilizadores. As autoridades consideram que a partilha, sem consentimento, destes dados pode levar a que os utilizadores em questão se tornem alvos em países, por exemplo, onde a homossexualidade é proibida. “Se alguém descobre que um utilizador é gay e consegue perceber as suas movimentações, esse utilizador pode estar em perigo”, considera Tobias Judin, que preside a organização norueguesa.
O Centro Europeu para os Direitos Digitais considera que o tipo de consentimento obtido pela Grindr não é válido, uma vez que os utilizadores não são corretamente informados e que o pedido não é específico o suficiente. “Se assentam num ‘consentimento’ ilegal, estão sujeitos a uma multa pesada”, afirma Ala Krinickyté, advogada especialista em proteção de dados.
A Grindr é acusada de ter partilhado estes dados com potencialmente centenas de terceiros e agora é chamada à responsabilidade também de garantir que estes cumprem com a legislação em vigor.