A guerra económica entre os EUA e a China continua a fazer mossa na Huawei e as restrições impostas pelos americanos parecem ter forçado a fabricante a vender a submarca Honor. A Reuters indica que o negócio deve passar pelo pagamento em dinheiro de 15 mil milhões de dólares e a China Digital e o governo de Shenzen vão passar a deter a marca, as estruturas de investigação e desenvolvimento e a gestão de toda a cadeia de fornecimento da Honor. A confirmação pública deste negócio deve ser feita até domingo.
A Digital China, que já colabora com a Huawei em negócios de cloud computing, vai recorrer a empréstimos bancários e a três empresas de investimento apoiadas por fundos do governo financeiro e tecnológico de Shenzen.
A Honor deve manter a maior parte da equipa de gestão e da força de trabalho de sete mil funcionários, entrando em Bolsa daí a três anos, explica uma das fontes ouvidas pela Reuters.
A Honor recusou comentar o tema, a Huawei e o governo de Shenzen não responderam, enquanto a Digital China afirmou que ainda não chegou a qualquer acordo sobre a Honor. Nicole Peng, vice-presidente da consultora Canalys, considera que o negócio representa “uma ação drástica uma vez que a marca Honor tem sido bastante complementar do portefólio de smartphones da Huawei”.
As sanções impostas pelos EUA, que consideram a Huawei um risco de segurança nacional e impedem que as empresas negoceiem com a fabricante, obrigam a gigante chinesa a este tipo de ações. Com a venda, a Honor deixa de estar abrangida pelas sanções dos EUA, consideram alguns analistas.
A marca Honor representa 26% dos 51,7 milhões de smartphones que a Huawei vendeu entre julho e setembro deste ano.