A equipa de desenvolvimento da app de rastreio de contactos de proximidade de Covid-19 usada em Inglaterra alerta que, desde setembro, havia um erro no código que fez com que não fossem dadas as recomendações de isolamento profilático aos utilizadores, mesmo que tivessem estado em proximidade com alguém infetado.
Segundo o The Guardian, o erro está relacionado com a decisão de introduzir a métrica de ‘infeciosidade’ na aplicação e que devia ser acompanhada de uma alteração na forma de cálculo que resulta na recomendação de isolamento. De uma forma genérica, a app recomenda o isolamento a utilizadores que tenham estado a menos de dois metros e durante mais de 15 minutos num dia de alguém que seja marcado como tendo testado positivo. Esta era a versão que foi testada em fase piloto na Ilha de Wight. No entanto, antes do lançamento em toda a Inglaterra e País de Gales, as autoridades decidiram ter em conta também que as pessoas são mais infeciosas pouco tempo depois de os sintomas aparecerem. De igual forma, as pessoas pré-sintomáticas representam apenas dois quintos do risco de contágio.
Os planos passavam por reduzir o limiar de alerta para assegurar que alguém com o máximo de infecciosidade precisava de ter estado próximo de outro apenas durante três minutos e isso desencadearia o alerta de isolamento. Essa mudança nunca aconteceu e, assim, os utilizadores só receberiam a recomendação de isolamento caso passassem 15 minutos ou mais de alguém bastante infecioso ou 40 minutos perto de alguém que pudesse estar positivo, mas pré-sintomático.
O erro foi detetado agora, enquanto se prepara a nova versão que já o corrige e que pretende também rastrear melhor os contactos de média proximidade (a mais de um metro).
As autoridades inglesas não revelam o número de alertas dados pelo sistema, afirmando apenas a app já foi descarregada por 19 milhões de utilizadores. Na Escócia e na Irlanda do Norte, a app conta com menos downloads, mas já terá avisado 25 mil utilizadores da possível exposição ao vírus. “Antecipamos que mais utilizadores que estejam em risco de ter contraído o vírus irão receber a notificação para auto-isolamento e que isso vai beneficiar todos a longo prazo, reduzindo a probabilidade de passarem o vírus para outros”, afirmou fonte das autoridades de saúde do Reino Unido.