A reunião de Mark Zuckerberg com os organizadores do boicote à publicidade na maior rede social já aconteceu, mas sem “compromisso para a ação” por parte do fundador da Facebook. Esta foi a perceção dos organizadores do movimento que já junta mais de 900 empresas em todo o mundo, que se comprometem a não investir em publicidade na plataforma durante o mês de julho.
A campanha ‘Stop Hate for Profit’ (Parem com o Ódio para Lucro, em tradução livre) está a ser organizada por grupos de defesa de direitos civis e pede que o Facebook tome ações concretas para bloquear a desinformação e o discurso de ódio, na sequência da morte de George Floyd e de todos os protestos que se lhe seguiram.
Rashad Robinson, da Color of Change, uma das entidades promotoras do boicote, explica que Mark Zuckerberg e Sheryl Sandberg apareceram na reunião como se estivessem à espera de ter nota positiva apenas por terem marcado presença. Os executivos da Facebook ouviram as pretensões dos grupos organizadores durante uma hora, através de videoconferência, explica a Reuters. Entre os presentes, do lado da Faceboook, estavam o fundador, a diretora executiva, o Chief Product Officer Chris Cox, o Global Affairs Chief Nick Clegg e Ime Archibong, que coordena a equipa que desenha produtos experimentais na empresa.
Os grupos como a Anti-Defamation League (ADL), a Free Press, a Color of Change ou a NAACP elaboraram uma lista de dez mudanças, incluindo a possibilidade de as vítimas de assédio grave poderem falar com um funcionário da Facebook ou o reembolso às empresas cujos anúncios apareçam junto de conteúdo ofensivo que venha a ser removido.
A Facebook “recusou-se a oferecer suporte” aos primeiros casos e não forneceu detalhes sobre qualquer intenção de ter uma auditoria independente ao discurso de ódio na plataforma.
Jonathan Greenblat, da ADL, explica que “tínhamos dez exigências, corremos as dez durante a reunião e não tivermos qualquer compromisso, prazo ou resultado claro”.